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Museu da Água de Lisboa vai alargar visitas aos subterrâneos

O Museu da Água, em Lisboa, vai contar, a partir de março, com cerca de 1,6 quilómetros de corredores subterrâneos visitáveis, entre a Mãe de Água das Amoreiras e São Pedro de Alcântara, anunciou hoje a coordenadora.

Museu da Água de Lisboa vai alargar visitas aos subterrâneos
Notícias ao Minuto

18:47 - 22/01/15 por Lusa

Cultura EPAL

Numa apresentação dos vários polos museológicos da Empresa Pública de Águas Livres (EPAL), Mariana Castro Henriques, coordenadora do Museu da Água, explicou poderem ser atualmente visitados aproximadamente 400 metros da galeria subterrânea do Loreto.

Para março, as visitas poderão prolongar-se até 1,6 quilómetros, acrescentou.

O anúncio foi feito durante uma visita ao Museu de Água e corredores por onde a água já foi transportada para Lisboa, com a ajuda das explicações da historiadora Bárbara Bruno.

Em edifícios com vista sobre o Rio Tejo guardam-se as memórias das caldeiras a carvão, dos motores e das máquinas a vapor que faziam chegar mais água à cidade de Lisboa.

A coleção permanente do Museu da Água foi renovada em outubro de 2014, na estação elevatória a vapor dos Barbadinhos, localizada na zona de Santa Apolónia.

Referindo que o modelo de fornecimento de água potável a Lisboa teve por base trabalhos romanos, a historiadora lembrou que a concentração inicial da cidade de Lisboa na colina do castelo de São Jorge se deveu à pouca água potável existente, já que nessa zona o líquido é mais facilmente retido por que o solo é argiloso.

O recurso escasso de água em Lisboa definiu muitas das características da cidade, como por exemplo o hábito de fazer fila em chafarizes e a seleção de bicas para "negros e cativos", "mouros", "homens e rapazes", "mulheres negras" e "mulheres brancas".

Depois de um período histórico em que a tradição era tomar três banhos na vida (nascimento, casamento e morte), os hábitos mudaram durante a época do Renascimento, quando se defendia uma "mente sã em corpo são".

Nessa altura, os trabalhos de arquitetura e urbanismo visaram recuperar o aqueduto romano em Lisboa, servindo mais pessoas e uma atividade proto-industrial.

As obras do aqueduto avançaram no século XVIII, devido à estabilidade financeira e política e custeadas com impostos sobre a carne, azeite e vinho.

Símbolo de Lisboa, os arcos do aqueduto entre Monsanto e Campolide -- hoje conhecido como Aqueduto das Águas Livres -- elevam o visitante a mais de 60 metros de altura e só podem ser visitados entre março e novembro.

Até 1852, o aqueduto servia também de passeio público, incluindo para burros, entre as 06:00 e as 22:00.

No entanto, a crescente frequência de roubos, as alegadas mortes provocadas por Diogo Alves - que ficou conhecido como o assassino do Aqueduto das Águas Livres - e o elevado número de suicídios levou ao encerramento dessa passagem por cima da ribeira de Alcântara.

O aqueduto das Águas Livres foi desativado da sua função de abastecimento em 1967, ou seja, 219 depois de ter tido início.

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