Religião deve ser objeto de sátira
O escritor britânico Salman Rushdie prestou hoje homenagem ao trabalho do jornal satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado terrorista que causou 12 mortos, declarando que a religião deve ser objeto de sátira.
© Reuters
Cultura Salman Rushdie
O autor dos 'Versículos Satânicos' foi obrigado a viver na clandestinidade depois de o Irão lhe ter lançado uma sentença de morte por alegadamente ter insultado o Islão naquele livro, editado em 1988.
"Estou com o Charlie Hebdo, como temos todos de estar, para defender a arte da sátira, que sempre foi uma força pela liberdade e contra a tirania, a desonestidade e a estupidez", escreveu Rushdie na rede social de mensagens curtas Twitter.
"'Respeito pela religião' tornou-se uma frase código que significa 'medo da religião'. As religiões, tal como todas as outras ideias, merecem crítica, sátira e, sim, o nosso destemido desrespeito", adiantou o escritor na declaração, a que juntou a hashtag #JeSuisCharlie, que muitos têm estado a partilhar no Twitter numa mostra de solidariedade.
Para Rushdie, "a religião, uma forma medieval de irracionalidade, quando combinada com o armamento moderno torna-se uma ameaça real para as nossas liberdades".
"Este totalitarismo religioso causou uma mutação mortal no coração do Islão e vemos as trágicas consequências hoje em Paris", escreveu ainda o autor de "Os filhos da meia-noite".
O ataque aos escritórios do semanário satírico em Paris, com um balanço de 12 mortos, entre os quais os seus principais caricaturistas, e 20 feridos, ocorreu após anos de conflito entre o Charlie Hebdo e islamitas enfurecidos com o que viam como um ataque à sua religião.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com