"A liberdade não é um acessório" é o mote para esta edição do Festival Rotas & Rituais, "inspirado em dois momentos históricos importantíssimos, os 40 anos do 25 de Abril, em Portugal, e os 25 anos da queda do Muro de Berlim, na Alemanha", referiu à Lusa Miguel Honrado, presidente do conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa (EGEAC), responsável pela organização.

O Rotas & Rituais visa ser "um espaço de reflexão, através das artes, sobre o valor da liberdade e o valor da democracia hoje, na contemporaneidade".

Para Miguel Honrado, a programação do festival apresenta "uma diversidade de oferta, que integra uma exposição, um ciclo de cinema com 18 documentários, um ciclo de quatro conferências e três concertos".

A programação destina-se "a todo o tipo de público, mas o público-alvo será um público mais urbano da cidade de Lisboa e sobretudo dentro de gerações mais jovens, entre os 25 e os 40 anos, para que os valores da liberdade e da democracia voltem a ocupar o centro de debate e reflexão das novas gerações", considerou.

A abertura do Festival Rotas & Rituais acontece a partir das 17:00 de sexta-feira, com a inauguração da exposição "Grândola, Vila Moderna", da autoria de Miguel Januário, e com uma seleção de canções que marcaram o 25 de Abril de 1974, "Mudam-se os Tempos", de João Carlos Callixto.

De acordo com a programação, também na sexta-feira, às 19:00, será exibido o documentário "Chicago Girl", de Joe Piscatella, que "conta a história de uma adolescente que coordena, através das redes sociais, a revolução na Síria, revelando ao mundo as atrocidades da ditadura".

Para "refletir sobre o estado atual da Europa e da democracia, o poder da internet e o papel de mediação dos órgãos de comunicação social", o festival integra quatro conferências, aos sábados e domingos, às 19:00, entre as quais a "Europa: Os Velhos e os Novos Muros", "Quem anda a fazer batota na Democracia?", "Internet, plataforma de comunicação ou controlo social?" e "Livres ou parcialmente livres, a situação dos órgãos de comunicação social".

Entre os oradores convidados, de várias áreas, estão Joana Amaral Dias, José Pacheco Pereira e Ricardo Araújo Pereira.

Dentro dos espetáculos de música, o festival recebe, na noite de 20 de novembro, o Projeto com Voz, um coro dirigido pelo maestro Pedro d'Orey, que celebra a liberdade com temas de Zeca Afonso e do pop/rock, sempre em português. No dia 21, o palco é de Lula Pena, na primeira parte da noite, e do artista B Fachada. A última noite de música, no dia 22, pertencerá ao rock dos Mão Morta, de Adolfo Luxúria Canibal.

Entre os 18 documentários do ciclo de cinema, a programação destaca a exibição, no dia 23, às 21:30, de "Dirty Wars", de Richard Rowley, "um filme que conta já com oito prémios e cinco nomeações, a última delas para melhor documentário dos Academy Awards 2014".

A EGEAC espera atingir ou superar a participação popular do ano passado, estimada em "perto de dois mil visitantes", afirmou o responsável.

Segundo Miguel Honrado, a programação cultural desta edição do Festival Rotas & Rituais resulta de "um orçamento previsional de 85.500 euros".

A participação no festival "é livre em todos os eventos, à exceção dos concertos de Lula Pena + B Fachada e de Mão Morta", com um custo de oito euros, de acordo com a programação, disponível no 'site' www.rotaserituais.com.