A ópera, que está em cartaz na segunda e quarta-feira próximas, assim como nos dias 01, 05 e 07 de novembro, é dirigida pelo maestro espanhol Cristóbal Soler e encenada pelo inglês Graham Vick.

"'Werther' é um drama lírico em quatro atos, com libreto de Édouard Blau, Paul Millet e Georges Hartmann, baseado na obra 'Os sofrimentos do jovem Werther', escrita por Johann von Goethe", explica o TNSC em comunicado enviado à Lusa.

A história relata a paixão espontânea do jovem Werther por Charlotte, a filha do bailio (um magistrado), que estava comprometida com Albert, o que torna Werther infeliz.

Albert e Charlotte casam-se e Werther tem muitas dúvidas quanto à sua existência sem a amada, mas afasta-se, e corre mundo, reencontrando Charlotte num Natal, confessando-lhe, finalmente, o seu amor.

O marido descobre o sucedido e Werther pede, entretanto, duas pistolas, que lhe são enviadas por um criado do casal. Charlotte acorre à casa de Werther, para evitar um prevísivel suicídio, encontra-o caído e confessa-lhe o seu amor.

"A música de Massenet é um retrato fiel do drama wertheriano, traduzido nas melodias que espelham o amor e a sua angústia interior", assinala o TNSC.

Segundo a mesma fonte, Graham Vick concebeu "uma versão desta ópera que é muito sobre viver com as decisões da juventude de cada um de nós".

"Esta é uma versão de 'Werther' para pessoas que têm um passado rico, que fizeram escolhas, que fizeram, talvez, sacrifícios, que tentaram encontrar um caminho honrado e decente através de uma vida que nos oferece, a todos, escolhas difíceis", acrescenta o teatro lírico português.

O encenador inglês, de 60 anos, colabora regularmente com os palcos europeus de ópera, tendo já trabalhado, entre outros, com os maestros Riccardo Muti, James Levine, Bernard Haitink, Valery Gergiev, Donald Runnicles, Seiji Ozawa e Zubin Mehta.

O encenador já recebeu por cinco vezes o prémio Franco Abbiati, da crítica italiana, e, por duas vezes, o South Bank Show Award for Opera.

O maestro Cristóbal Soler é o diretor musical do Teatro Lírico Nacional da Zarzuela, em Madrid, e diretor associado da Orquestra Sinfónica de Navarra, também em Espanha.

Do seu currículo constam, entre outras funções, as de diretor artístico da Orquestra Filarmónica da Universidade de Valência (1995-2010), de que foi um dos fundadores e com a qual obteve o primeiro prémio no Concurso Internacional de Jovens Orquestras Sinfónicas, em 1998, e as de maestro assistente da Sinfónica de Viena.

O tenor brasileiro Fernando Portari, de 45 anos, é "um dos mais promissores da sua geração", afirma o TNSC.

O cantor lírico iniciou os estudos musicais com o pai, Pedro Portari. Estudou piano com Zinaide Liggiero e encenação musical com Antonio Mercado. Em 1991, o tenor venceu o Concurso Lina Kubala e recebeu uma bolsa de estudos para a escola superior de música (Musikhochschule) de Karlsruhe, na Alemanha, onde foi aluno do tenor brasileiro Aldo Baldin.

Do elenco também fazem parte, entre outros, Veronica Simeoni, Wendy Dawn Thompson e os portugueses Luís Rodrigues, Cristiana Oliveira, João Merino e Mário João Alves. A Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro Juvenil de Lisboa completam a ficha artística.

Jules Massenet, compsoitor francês que morreu em 1912, compôs cerca de três dezenas de óperas, muito populares mo século XIX, como "Werther" e "Manon". Compôs igualmente oratórias, como "Maria Madelena", música para bailados, obras orquestrais, para piano, música e canções de câmara.

Professor do Conservatório de Paris, teve, entre os seus discípulos, compositores que se destacarm na geração seguinte, como Ernest Chausson e Reynaldo Hahn.