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Teatro Variedades "não ficou melhor nem ajuda" atores a fazer teatro

O ator José Raposo considera fabulosa a equipa que trabalha no Teatro Variedades, como afirmou, mas critica o novo edifício do teatro, que "não ficou melhor" em relação ao anterior, "nem ajuda" os atores a fazer teatro.

Teatro Variedades "não ficou melhor nem ajuda" atores a fazer teatro

© Lusa

Lusa
15/10/2025 12:34 ‧ há 20 horas por Lusa

José Raposo falava aos jornalistas à margem de um ensaio parcial do espectáculo "Reality Show: Os Raposos -- 3027", que se estreia hoje, juntando, pela primeira vez em palco, José Raposo e os filhos Miguel e Ricardo.

 

Quanto à peça, trabalha a própria ideia de espectáculo, oscilando entre realidade e ficção, futuro e passado, entre ensaio e representação, num jogo de espelhos que revisita o legado familiar e artístico de José, Miguel e Ricardo Raposo, "ao mesmo tempo que se questiona o papel do teatro num mundo saturado de informação-espectáculo". Quanto ao espaço físico do Variedades, para os atores, os desafios acumulam-se.

"A equipa - e isto é muito importante de dizer -, a equipa que está neste teatro, [a equipa] de gestão, de informação, dos técnicos, é uma equipa fabulosa", disse José Raposo, acrescentando terem encontrado no Variedades "um grupo extraordinário de gente que os acolheu de uma forma maravilhosa", o que "é logo meio caminho andado para que uma pessoa se sinta muito bem, seja lá onde for", observou.

Em relação ao espaço físico, porém, o ator disse ter "muitas críticas a fazer", porque conheceu o outro Variedades, o anterior, e conviveu nele.

"Era um teatro fabuloso, nunca vou perceber porque o deitaram abaixo", disse, considerando que deviam era "tê-lo restaurado e reconstruído dentro de toda a estrutura que tinha".

Essa "é realmente" a opinião de José Raposo, para quem o novo Teatro Variedades "não ficou melhor de maneira nenhuma", apontando falhas que dificultam a vida dos atores, como acontece nos camarins, por exemplo.

Apesar de o novo teatro estar bonito e ter uma arquitetura "muito clean", o anterior "era um teatro maravilhoso a todos os níveis", afirmou. "Mas há coisas em Portugal muito estranhas", frisou, acrescentando que, do ponto de vista funcional, o novo edifício não ajuda "nada a fazer teatro".

"Podia ser diferente, mas ser altamente funcional e fazer-se muito bem aqui teatro, mas não é", disse, por seu turno, o filho Miguel Raposo. Mas "não é verdade, de facto. Não nos ajuda muitas das vezes", acrescentou Miguel Raposo.

Entre as disfuncionalidades do novo edifício, José Raposo deu o exemplo dos camarins, que, além de serem espaços sem janelas, quando se chega é difícil para qualquer pessoa "aperceber-se da existência de um cabide para pendurar roupa", pois têm um pequeno armário que dificilmente se distingue das paredes.

O acesso dos artistas às casas de banho é outro exemplo dado por José Raposo: obriga a descer escadas, pois localizam-se em pisos inferiores ao dos camarins, num percurso labiríntico.

Considerando que, apesar de tudo, "é melhor estar ali no Variedades do que não estar em lado nenhum", José Raposo elogiou a "programação eclética e variada" que a sala tem disponibilizado ao público, acolhendo artistas e espectáculos de "várias áreas do teatro, o que é fantástico".

E quanto à equipa, reitera, "é maravilhosa", tanto do ponto de vista humano como profissional.

O Teatro Variedades, um projeto de Urbano de Castro, foi inaugurado em 1926, mantendo uma atividade regular até à década de 1960.

Vocacionado para teatro de revista, foram ali representados alguns dos maiores sucessos do Parque Mayer, com elencos onde pontuaram artistas como Beatriz Costa, Vasco Santana e Mirita Casimiro.

Vítima de um incêndio, em 1966, o antigo Variedade ainda foi recuperado, tendo, nos anos 1990, sido palco do programa "Grande Noite", de Filipe La Féria, mantendo-se depois encerrado durante 30 anos.

Com projeto do arquiteto Manuel Aires Mateus, o reabilitado Teatro Variedade manteve o formato da sala principal e o pórtico da fachada e abriu em 05 de outubro de 2024.

"Entraria nesta sala", uma peça de Ricardo Neves-Neves, foi o espectáculo com que a autarquia de Lisboa assinalou a inauguração do novo teatro, que faz cem anos em 2026, lembrando ainda o centenário do Parque Mayer (1922-2022).

Leia Também: José Raposo chora morte de amigo: "Custou-me muito [...] Até sempre"

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