Na competição internacional do Black Nights Film Festival (PÖFF), concorrendo ao grande prémio, vai estar em estreia mundial o filme "18 buracos para o paraíso", de João Nuno Pinto.
Esta é a terceira longa-metragem de ficção do realizador, juntando-se a 'Mosquito' (2020) e 'América' (2010), e conta com produção da Wonder Maria Filmes. É também o primeiro filme português a ser certificado pela Green Film, um projeto internacional que reconhece produções de cinema e televisão feitas de forma sustentável.
A história, escrita por Fernanda Polacow, segue duas irmãs a braços com a venda de terras do pai, que morreu, situadas no interior sul do país, numa área afetada pela seca, pelos incêndios e pela especulação imobiliária.
O elenco integra nomes como Margarida Marinho, Beatriz Batarda, Rita Cabaço, Jorge Andrade, Luísa Ortigoso, Günther Götsch e Rita Redshoes.
Dentro do festival de Tallin decorre uma linha de programação dedicada aos mais jovens, no qual figura, na competição internacional, o filme 'Terra Vil', primeira longa-metragem de Luís Campos.
O filme é uma ficção que aborda vários temas, sobre uma sociedade patriarcal, a família, a adolescência e a ruralidade e é interpretado por William Cesnek, Lúcia Moniz, Ruben Gomes, António Capelo, entre outros.
Na competição de curtas-metragens estão presentes as animações 'Cão Sozinho', de Marta Reis Andrade, e 'Porque hoje é sábado', de Alice Eça Guimarães.
'Cão Sozinho' parte da "história real de um cão deixado ao abandono na sua própria casa, no tempo em que o meu avô começou a experienciar a sua viuvez e eu regressava de Londres, lugar onde me senti mais sozinha que nunca", refere a sinopse, escrita na primeira pessoa.
'Porque hoje é sábado' é protagonizado por uma mulher que procura ter tempo num sábado, supostamente dia de descanso, mas que acaba por ser ocupado com o trabalho invisível.
"O trabalho invisível é a gestão de todas as tarefas que permite a uma família funcionar: planear idas ao médico, refeições, horas de trabalhos de casa... tarefas que se adicionam ao trabalho doméstico gratuito, cuja responsabilidade recai geralmente nas mulheres", explica a realizadora em nota de intenções.
A curta-metragem 'A solidão dos lagartos', de Inês Nunes, também compete em Tallin, depois de já ter estado em Cannes e ter sido premiada no festival de San Sebastián.
O filme foi rodado numa zona de salinas, no Algarve, que serve como "uma espécie de microcosmos" sobre "a convivência entre o turismo e o trabalho, entre o lazer, as férias e outro tipo de responsabilidades", pode ler-se na sinopse.
A todos estes filmes junta-se também 'Fille de l'eau', curta-metragem de animação de Sandra Desmazières, que conta com coprodução minoritária portuguesa pela produtora Animais.
A 29.ª edição do festival PÖFF decorrerá de 07 a 23 de novembro.
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