A atribuição do Prémio Camões 2025 a Ana Paula Tavares foi hoje anunciada pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Segundo o comunicado divulgado, o júri quis distinguir "a sua fecunda e coerente trajetória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da poesia".
"Felicito Ana Paula Tavares pela atribuição do Prémio Camões, o mais importante das letras lusófonas", lê-se numa mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
O Presidente da República considera que "o prémio é tanto mais justo quanto a escritora angolana, que vive em Portugal há três décadas, representa uma ideia concreta da lusofonia".
O chefe de Estado destaca o percurso de Ana Paula Tavares não só "como poeta e prosadora", mas também "como académica e investigadora" em áreas como as literaturas africanas, antropologia, museologia ou património, e "como interveniente em colóquios, festivais e júris, numa ligação constante entre as artes e as letras portuguesas, brasileiras e africanas".
"Ana Paula Tavares estreou-se como poeta em 1985, numa vaga de novíssimos que representou um virar de página na poesia angolana, e os seus poemas completos tiveram edição recente na Caminho", refere-se na nota de felicitação de Marcelo Rebelo de Sousa.
A escritora angolana "juntou-se a Craveirinha e a Pepetela na lista dos escritores de Angola galardoados" com o Prémio Camões, "e a escritoras como Sophia de Mello Breyner, Paulina Chiziane ou Adélia Prado", acrescenta-se.
Nascida em 1952, no Lubango, Ana Paula Tavares é doutorada em Antropologia da História, pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Literatura Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa, pela qual se licenciou em História e onde atualmente é docente na Faculdade de Letras.
Publicou 'Ritos de passagem', 'O Sangue da buganvília' e 'Manual para amantes desesperados', entre outras obras.
O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir autores "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum", e foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.
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