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Ex-representante defende Israel na Eurovisão: "Não se trata de política"

Noa Kirel participou na Eurovisão em 2023 e ficou em terceiro lugar com a música 'Unicorn'. Dois anos depois, reconhece está "muito diferente", mas considerou que Israel não deve ser expulso do concurso de música porque "não se trata de política", mas sim de "música".

Ex-representante defende Israel na Eurovisão: "Não se trata de política"

© Aaron Chown/PA Images via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
03/10/2025 20:47 ‧ há 20 horas por Márcia Guímaro Rodrigues

Cultura

Eurovisão

Noa Kirel, representante de Israel no Festival Eurovisão da Canção em 2023, lamentou a possibilidade de a emissora estatal israelita KAN ser impedida de participar na edição do próximo ano, que decorre em Viena, na Áustria, e disse que espera que as pessoas "vejam o lado bom" do seu país. 

 

"Foi um dos pontos altos da minha carreira, foi uma experiência incrível para mim", afirmou a artista israelita, de 24 anos, sobre a sua participação na Eurovisão, citada pela Sky News.

Apesar de reconhecer que está "muito diferente" desde que representou Israel "há dois anos", Noa Kirel disse esperar que o seu país não seja excluído da Eurovisão.

"Não se trata de política. Nunca foi assim e devia continuar assim, com o foco na música", justificou.

"Quem vota compreende que a política não tem nada a ver com esta competição. Espero que as pessoas entendam isso, respeitem isso e vejam o lado bom… e não o mau", acrescentou.

Noa Kirel, sublinhe-se, foi convocada para as Forças de Defesa de Israel (IDF) em fevereiro de 2020 e serviu durante cerca de dois anos na divisão de entretenimento.

Em maio de 2023, representou Israel na 67.ª edição do Festival Eurovisão da Canção - que decorreu em Liverpool, no Reino Unido - e obteve o 3.º lugar com 'Unicorn', ficando apenas atrás da Finlândia e da vencedora Suécia.

Vários países pedem expulsão de Israel da Eurovisão

Sublinhe-se que, ao longo das últimas semanas, a Irlanda, Países Baixos, Espanha, Eslovénia e Islândia apelaram à UER para a expulsão do país do Médio Oriente devido à ofensiva na Faixa de Gaza.

A emissora estatal dos Países Baixos, a AVOTROS, afirmou que "não pode justificar mais a participação de Israel na situação atual, dado o severo e contínuo sofrimento humano em Gaza".

Já a emissora pública da Irlanda, a RTÉ, afirmou também que o país "não participará no Festival Eurovisão da Canção 2026 se a participação de Israel for concretizada".

A posição mais recente foi a de Espanha, com o Conselho de Administração da RTVE a anunciar que iria boicotar o Festival Eurovisão da Canção em 2026 se Israel participar.

"Espanha retirar-se-á da Eurovisão se Israel continuar no certame", escreveu José Pablo López, presidente da RTVE, na rede social X.

A posição de Espanha ganha maior relevo por se tratar do primeiro país dos 'Big 5' a anunciar o boicote. Entre os 'Big 5', além de Espanha, está o Reino Unido, França, Alemanha e Itália, que têm as televisões públicas que contribuem com mais verbas para a União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) e, assim, para a organização do Festival Eurovisão da Canção.

Participação de Israel na próxima edição da Eurovisão será votada em novembro

Face aos apelos, a UER anunciou, na semana passada, que decidiu antecipar para novembro a reunião para discutir e votar a participação de Israel na 70.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, que decorrerá em maio em Viena, Áustria. A discussão estava prevista para dezembro durante a Assembleia Geral.

Numa carta enviada aos países-membros e divulgada pelo jornal austríaco Kronen Zeitung, a presidente da UER, Delphine Ernotte, afirmou que o Conselho Executivo reconhece que "existe uma diversidade de opiniões sem precedentes" relativamente à participação da emissora israelita KAN. 

"O Conselho acredita que a União defende a inclusão e um diálogo cultural aberto que reflita os valores da Comunicação Social Pública. No entanto, o Conselho reconheceu que não seria possível chegar a uma posição consensual sobre a participação da KAN", afirmou Ernotte.

Assim, destacando que a UER "nunca enfrentou uma situação de divisão como esta", a responsável adiantou que Conselho Executivo concordou que a participação de Israel "merece uma base democrática mais ampla para uma decisão, na qual todos os membros deveriam ter uma palavra a dizer". 

Neste sentido, será realizada uma sessão extraordinária da Assembleia Geral, no início de novembro, "para que os membros votem sobre a questão da participação no Festival Eurovisão da Canção de 2026".

Israel não faz parte da Europa, mas participa na Eurovisão. Porquê?

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Israel participa no Festival Eurovisão da Canção desde 1973 e até já venceu o concurso quatro vezes. Recentemente, vários países pediram a sua expulsão devido à atual ofensiva na Faixa de Gaza. Entenda porque é que Israel (ainda) participa.

Márcia Guímaro Rodrigues | 16:02 - 13/09/2025

Leia Também: Eurovisão? Presidente de Israel lamenta: "Ações para nos enfraquecer"

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