Através do grupo Almedina, chega este mês o primeiro romance do cineasta norte-americano Woody Allen, 'Que se Passa com o Baum?', o retrato de um intelectual paralisado por preocupações neuróticas sobre a futilidade e o vazio da vida, numa paródia ao meio editorial nova-iorquino, que será publicado pelas Edições 70.
A mesma chancela publica também 'O Golpe dos Capitães', de Wilfred Burchett, a Revolução dos Cravos vista pelos olhos de um dos mais importantes correspondentes estrangeiros da época, livro editado em Portugal pela primeira vez.
Na Companhia das Letras, uma das novidades é a publicação inédita de 'A legião estrangeira', de Clarice Lispector, que recupera a edição original, de 1964, que fazia parte do conjunto de textos 'Fundo de gaveta'.
Será também publicado um novo romance de Ricardo Adolfo, 'A chefe dos maus', o primeiro ambientado no Japão (país onde este escritor e publicitário vive), e outro de João Tordo, 'Inventário da solidão'.
A Alfaguara traz de volta Carmen Maria Machado, com um romance que aborda uma memória de abuso nos tempos de faculdade.
De volta estão também a multipremiada escritora francesa Marie NDiaye, de quem se publica 'Ladivine', e o escritor colombiano Héctor Abad Faciolince, com 'A nossa hora', um testemunho de sobrevivência do autor.
É ainda neste mês que chega 'O que não sei de ti', romance de estreia do escritor canadiano Eric Chacour, distinguido com vários prémios.
Pela Cavalo de Ferro vai sair mais um dos 'romans durs' de George Simenon, 'A casa dos Krull', assim como o livro que deu a consagração internacional ao húngaro Péter Nádas, 'O fim de um romance familiar', e o mais recente romance do também húngaro Lázló Krasznahorkai, 'Herscht 07769', uma sátira aos tempos de hoje, escrita numa única frase, do princípio ao fim, sem pontuação.
A Elsinore prosegue a reedição de obras de Svetlana Alexievich, com 'As vozes de Chernobyl -- História de um desastre nuclear', e vai publicar 'O colapso', novo livro de Édouard Louis, que encerra o seu ciclo familiar.
A chancela publica ainda 'A estrada do Donbas', do escritor ucraniano Serhij Zhadan, um 'romance de estrada' que retrata o regresso a uma região desolada com uma paisagem industrial soviética e gangues armados.
A crise da habitação é o tema do novo romance de Alex Couto na Suma de Letras, 'Os Periquitos Somos Nós', enquanto a Objetiva publica um ensaio de Yanis Varoufakis, 'Tecnofeudalismo', que mostra como gradualmente o poder se começou a concentrar nas grandes empresas tecnológicas, privatizando o espaço virtual, escravizando mentes e redesenhando o mapa geopolítico.
Para este mês a Relógio d'Água tem prevista a publicação de vários premiados, como é o caso de 'Heart Lamp', de Banu Mushtaq, que conquistou o Prémio Booker Internacional deste ano, 'Pergunta 7', de Richard Flanagan, vencedor do Baillie Gifford Prize 2024, 'Tóquio, Estação de Ueno', de Yu Miri, romance galardoado com o National Book Award, e 'Visitação', novo romance de Jenny Erpenbeck, autora vencedora do Booker Internacional em 2024.
A editora publicará ainda 'O Imperador da Alegria', de Ocean Vuong, 'Jane Austen: Uma Biografia', de Claire Tomalin, 'O Fim dos Estados Unidos da América', de Gonçalo M. Tavares, e 'As Planícies', de Gerald Murnane.
Na Guerra e Paz um dos principais destaques é a 'Cartografia do Desejo', um trabalho inédito do fotógrafo Alfredo Cunha, com prefácio de Valter Hugo Mãe e textos de Ariana Aragão.
Na categoria de ficção, vão sair 'As Sombras do Combatente', romance de Fernando Paulouro Neves, sobre a clandestinidade do veterinário Eduardo Monteiro, durante a ditadura do Estado Novo, e o 'thriller' 'Treze Horas para Chicago', de Riley Sagre.
Na não-ficção, saem 'Reparações e Outras Penitências Históricas', de João Pedro Marques, e 'As Teorias da Conspiração', de Pierre-André Taguieff.
A Porto Editora publica 'O Louco de Deus no Fim do Mundo', de Javier Cercas, um ensaio literário sobre fé, morte e redenção, e 'Madona com Casaco de Peles', do jornalista e ativista turco Sabahattin Ali, que narra um amor impossível entre tradição e liberdade.
'Como Proteger a Democracia', de David Dinis, um alerta sobre os riscos da indiferença, da normalização do discurso radical e da fragilidade das instituições perante líderes autoritários, é uma das propostas da Ideias de Ler.
A Assírio & Alvim fará chegar aos escaparates obras de autores nacionais, como 'A Destruição do Tempo', de Luís Quintais, uma antologia pessoal que revisita três décadas de escrita poética; 'A Partilha do Lume', em que A.M. Pires Cabral homenageia poetas e pintores; e 'O Ramo da Tília', J. Carlos Teixeira, uma recolha essencial da tradição trovadoresca alemã.
A Livros do Brasil publica mais um título de Annie Ernaux, 'A Escrita como Uma Faca', um diálogo íntimo entre a autora e o escritor Frédéric-Yves Jeannet, que revela o olhar da Nobel francesa sobre a escrita como ato político, pessoal e transformador.
A Bertand Editora vai publicar uma nova edição de um dos mais icónicos títulos de Stephen King, 'Salem's Lot -- A hora do vampiro', que celebra 50 anos, com um design gráfico especial.
Na Quetzal, será publicado um livro de Manuel Vázquez Montalbán, 'A solidão do manager', que trata do segundo grande caso do detetive Pepe Carvalho, ainda inédito em Portugal.
Outra novidade para este mês, na mesma chancela, é o regresso ao romance de José Luis Peixoto, depois de 'Almoço de Domingo' (2021), desta vez com outra história de ficção, intitulada 'A Montanha', nascida de um projeto não ficcional.
'Tudo sobre deus', novo romance de José Eduardo Agualusa, centrado na memória, no milagre da vida e numa capela no deserto de onde se vê o mar, é outra das propostas da Quetzal, que publicará ainda 'Recordações e Andorinhas', de J. Rentes de Carvalho, 'Polo Norte', de Erling Kagge, e 'Recordar 1755', de André Canhoto Costa.
Na Dom Quixote, uma das novidades do mês é a publicação de 'Aquilo em Que Preferia não Pensar', da holandesa Jente Posthuma, livro finalista do Booker Internacional, que explora o luto através de episódios breves e cirúrgicos.
A mesma chancela da Leya lança um livro de não-ficção do escritor sul-africano J.M. Coetzee e da autora argentina Mariana Dimópulos, 'O dom das línguas', que ilumina questões linguísticas e filosóficas atuais.
Outras novidades são a publicação de 'um Punhado de Flechas', novo romance da escritora argentina María Gainza, que mescla narrativa, com ensaio e livro de arte, 'A Biblioteca do Censor de Livros', da escritora kuwaitiana Bothayna Al-Essa, 'O Surpreendente Silêncio dos Homens', de Rita Ferro, e 'Uma Vida de Jesus', do autor japonês Shusako Endo.
'A Cinco Palmos dos Olhos', romance de Carlos Campaniço, conta a história de uma aldeia a emergir da Revolução, numa edição da Casa das Letras.
O grande destaque da Presença para este mês é um novo livro do Prémio Nobel turco Orhan Pamuk, 'Memórias de Montanhas Distantes', que pela primeira vez mostra os diários ilustrados do escritor.
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