"Depois de dois concertos inesquecíveis na República da Música, em Lisboa, onde estrearam ao vivo o mais recente single 'Tudo ou Nada' e de um verão com espetáculos de norte a sul do País que culminou no Festival F em Faro, a banda de Alvalade ruma agora à Invicta para uma noite de puro Punk Rock", refere o agenciamento dos Tara Perdida, num comunicado hoje divulgado.
O concerto no Porto irá acontecer em 06 de dezembro, na sala 2 da Casa da Música, e os bilhetes para o espetáculo, que custam 25 euros, já estão à venda.
Ao longo de 30 anos foram muitas as vidas dos Tara Perdida e o guitarrista Rui Costa (Ruka), atualmente também vocalista da banda, esteve em todas.
Em 10 de junho de 1995, ele, o vocalista e guitarrista João Ribas, o baixista Vitor Matos (Cró) e o baterista Hélio Moreira (Oregos) juntaram-se para um primeiro ensaio em Alvalade.
Cinco meses depois, em 17 de novembro, davam o primeiro concerto, no Grupo Dramático Ramiro José, na mesma zona de Lisboa, onde naquela época surgiram várias bandas.
O guitarrista Tiago Ganso entrou para os Tara Perdida um pouco depois, em 1999, já a banda tinha editado dois álbuns: "Tara Perdida", em 1996, e "Só não vê quem não quer", em 1998.
O terceiro, "É assim", chegou em 2002, e foi o primeiro que gravaram com um produtor, Cajó, "até ali era 50 cervejas e mete a gravar", recordou Ruka em entrevista à Lusa em junho.
Uma das melhores épocas da banda aconteceu em 2005, "na época do 'Lambe Botas' [álbum editado nesse ano]".
"Nesse ano ainda gravámos um DVD no Incrível Almadense. Esgotou, ficaram mais de mil pessoas cá fora, houve intervenção policial. Lembro-me que passámos bons momentos, até tocar com bandas americanas que nos tinham influenciado, eram ídolos. Era uma altura boa", partilhou Ruka lembrando que essa foi também a altura em que assinaram com uma 'major', a Universal, e gravaram o álbum "Nada a esconder", editado em 2008.
Nesse ano estavam "em alta" e ainda andaram uns anos assim. Faziam uma média de 40 concertos por ano, muitas queimas das fitas e receções ao caloiro, lembrou na mesma entrevista Tiago Ganso.
Em 2014 aconteceu o pior momento da carreira da banda, "e para o resto da vida": a morte de João Ribas.
"É impossível dar a volta por cima de uma coisa dessas, mas acho que conseguimos enfiar a 3.ª e agora estamos em 4.ª um bocado", referiu Ruka.
Tiago Ganso reforçou que a morte do vocalista os afetou "em tudo". "O nosso próprio caráter depois do que aconteceu mudou. Ficámos mais tristes, andámos pelo menos um ano a bater com as cabeças nas paredes. Já havia algumas coisas marcadas, levámos com a pressão do 'fazem ou não fazem?'. Foram tempos difíceis", recordou.
A decisão foi continuarem. "Achámos que não era o momento certo [de desistir]. Até para a nossa sanidade mental. A paixão está igual e quanto mais subimos a palco, mais conseguimos homenagear o Ribas", referiu Ruka.
O músico reconhece que Ribas "era a imagem da banda". "Não é que estivéssemos na sombra, mas era. Hoje em dia somos os Tara Perdida", disse.
Trinta anos depois, os Tara Perdida são uma banda que "não é 'mainstream' nem 'underground''".
"Somos os Tara Perdida. Tocamos onde for. Se estiver o público para nos ver, está bom. As pessoas estão lá para nos ver, nós vamos. É isso que qualquer banda quer, ter o público à frente a cantar. E nós conseguimos ter isso", afirmou.
Em palco, vendem "uma energia".
"Temos boas canções, mas o que passamos é uma energia de verdade. As pessoas sentem que gostamos daquilo e essa é a verdade. E a mensagem é a luz ao fundo do túnel. Pode ser um comboio de carga a vir lá, mas às vezes não é", disse Ruka.
Além de Ruka e Tiago Ganso, integram os Tara Perdida o baterista Pedro Rosário (Kystos), que entrou em 2001 saiu em 2004 e regressou à banda em 2013, e o baixista Filipe Sousa, que se juntou em 2020.
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