Na tradução de José Maria Vieira Mendes, a peça vai ser interpretada por Adriano Luz, Carolina Campanela, Francisco Vistas, João Barbosa e Mário Sousa.
"Dois mendigos, Vladimir e Estragon, aguardam junto a uma árvore por alguém chamado Godot. Para passar o tempo, recorrem a diálogos circulares onde refletem sobre a existência, o absurdo e a própria espera. Chegam outras personagens, Pozzo e o seu servo Lucky, que pouco esclarecem. Entre o cómico e o trágico, Beckett constrói uma obra fundamental do teatro do absurdo, explorando o vazio e a condição humana diante da espera e da incerteza", lembra a sinopse da peça.
'À Espera de Godot' fica em cena no Teatro do Bairro até 02 de novembro, com récitas de quarta-feira a domingo.
Os bilhetes custam 15 euros para o público em geral, com descontos para menores de 25, maiores de 65 e profissionais do espetáculo. Às quartas-feiras, o valor desce para 8 euros, preço também aplicável aos detentores do cartão de amigo do teatro.
Publicada em 1952, em francês, e encenada pela primeira vez no ano seguinte, em Paris, a peça tornou-se no primeiro grande sucesso do chamado Teatro do Absurdo e tem vindo a ser produzida pelo mundo fora, várias vezes protagonizada por atores conhecidos do grande público do cinema ou da televisão.
Susan Sontag pô-la em palco em Sarajevo, em 1993, a obra foi encenada na África do Sul do 'apartheid' e o ator norte-americano Wendell Pierce (conhecido de 'The Wire' ou 'Treme') esperou por Godot no cenário de uma Nova Orleães pós-Katrina.
Patrick Stewart e Ian McKellen encarnaram Vladimir e Estragon já este século, personagens interpretadas no ano passado, em Londres, por Ben Whishaw e Lucian Msamat. Em Nova Iorque, neste momento, há uma produção em cena na Broadway com Keanu Reeves e Alex Winter.
"A peça é uma metáfora universal precisamente porque não foi desenhada como metáfora para nada em particular. O verdadeiro tópico de 'À Espera de Godot' é que é sobre dois vagabundos à espera de alguém. Não é o caso de o verdadeiro tópico estar na metáfora. Peças desenhadas para ser uma metáfora de correlativos particulares têm, imagino eu, um tempo de vida muito curto. E, depois, claro, há a escrita e o humor", disse Tom Stoppard sobre a peça, citado pelo britânico The Observer.
O biógrafo de Beckett, James Knowlson, afirmou à BBC, aquando dos 60 anos da estreia do texto, que a fama da peça se deve às suas "ambiguidades": "As pessoas podem ler o que quiserem nela".
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