"Nesta edição do FIMP vamos ter cinco estreias absolutas e sete estreias nacionais. Vamos ter 12 países -- Austrália, Bélgica, Alemanha, Brasil, Filipinas, Líbano, Holanda, Escócia, França, Inglaterra, Espanha e Portugal", declarou à Lusa Igor Gandra, diretor artístico do FIMP 2025, à margem da conferência de imprensa para apresentar a programação do evento cultural.
Uma das estreias absolutas é a peça "Astra 8", de Costanza Givone, que traz a palco um planeta onde os seres que ali habitam se metamorfoseiam e onde há "criaturas extraordinárias" a viver nas entranhas desses seres.
Outra das peças que vão ser apresentadas pela primeira vez é 'Crankies de fazer chorar as pedras da calçada', da companhia A Tarumba, entrando também nessa lista de estreias absolutas 'As mais belas coisas do mundo', de Joana Providência, do Teatro do Bolhão com texto do escritor Valter Hugo Mãe, e o 'Senhor Aníbal', pelas Marionetas do Porto.
De acordo com a organização, o festival vai ainda ser palco para a estreia de 'A Tela Rasgada', de Joclécio Azevedo.
Nesta edição, o festival FIMP estará no Teatro Municipal do Porto, Teatro Nacional São João, no Porto, e Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, assinalou Igor Gandra.
"Arrancamos com uma espécie de sessão dupla com as peças 'Entrañas', pela companhia espanhola El Pátio, e também com 'Hunter', da Courtney Robertson. São duas peças muito diferentes, mas que interessa ver em conjunto", explicou Igor Gandra.
'Hunter', de Courtney Robertson, que se estreia em Portugal, é uma performance interdisciplinar que "examina de forma crítica os papéis misóginos atribuídos às mulheres em três géneros corporais fundamentais do cinema: pornografia, horror e melodrama".
O outro espetáculo de abertura é 'Entrañas', onde a companhia de teatro espanhola El Patio se expõe ao interior do corpo humano para "tentar explicar através do teatro de objetos", o que existe dentro das pessoas, quase como se fosse uma "aula de anatomia intimista".
Outro dos destaques de Igor Gandra identificou foi a estreia nacional de 'Anito', de Justin Shoulder.
"É uma peça de um artista filipino radicado na Austrália que nos traz uma experiência um pouco imersiva em que ele nos propõe uma espécie de nova cosmologia. Uma natureza alternativa. Uma peça com uma grande força visual e uma peça muito especial também", explicou.
O programa do FIMP 2025 é "maioritariamente dirigido a um público adulto", mas o evento não esquece o público infantil e há uma "boa parte em estreia absoluta" que é dedicada às crianças, como por exemplo o espetáculo 'Shrimp Tales', de Hotel Modern, que fala sobre a "praga que se chama humanidade".
"A maior flor do mundo e das pequenas memórias", do Leirena Teatro, sobre as memórias de infância do escritor José Saramago, é uma peça construída numa estética inspirada nos livros 'pop-up', é outra das peças selecionadas para o público infantojuvenil.
O FIMP termina a 19 de outubro e, além dos 22 espetáculos previstos, tem ainda três 'masterclasses', três oficinas, seis visitas animadas, um objeto fílmico e a exposição 'Limite Zero - 22 anos de formas animadas', que é coproduzida pelo festival.
Leia Também: Leffest abre com filme de Jim Jarmusch e estende-se à Amadora