"Não é, de todo, uma reposição da peça de 1998", quando a obra se estreou em Portugal. É "outra coisa, outro espetáculo", assegurou António Pires em entrevista à agência Lusa, antes da estreia da peça, na passada quarta-feira, sublinhando ainda que a passagem do tempo faz com que a comédia "seja hoje uma coisa completamente diferente".
A temporada de 'Arte', no Maria Matos, estava prevista até 12 de outubro. A produtora Força de Produção anunciou hoje que o espetáculo terá récitas até 02 de novembro, prolongando-se em cartaz por mais três semanas.
Centrada em três amigos que veem a sua relação perturbada quando um deles compra um quadro totalmente branco, assinado por um famoso artista contemporâneo, 'Arte' é atravessada por temas universais e inerentes à condição humana, como o conflito, a empatia, a subjetividade do gosto, a convivência e aceitação.
Na entrevista à Lusa, António Pires lembrou que 'Arte' é "uma das comédias mais representadas e mais montadas no mundo", exemplificando com a produção recém-estreada na Broadway, protagonizada pelos atores Bobby Cannavale, James Corden e Neil Patrick Harris, com ingressos que "rondam os 500 dólares".
Tratando-se de uma comédia, "que depende muito - enfatizou - da interpretação dos atores", e tendo em atenção o tempo que passou desde a estreia absoluta, em Paris, em 1994 (quatro anos depois, em Portugal), o espetáculo que agora está em cena no Maria Matos "dá uma visão completamente diferente à peça", garantiu.
'Arte' estreou-se em Portugal em 1998, no Teatro Villaret, com interpretações de António Feio (Sérgio), que também encenava, José Pedro Gomes (Marco) e Miguel Guilherme (Ivo). Na altura, a peça foi gravada em vídeo.
Os três atores voltaram a protagonizá-la em 2003, tornando-a numa das comédias de maior êxito da produtora UAU que, em 2016, voltaria a pô-la em palco, no Teatro Tivoli/BBVA, com interpretação de Vítor Norte, João Lagarto e Adriano Luz, que assinava a encenação com Carla de Sá.
Estas duas produções fizeram digressão por vários palcos portugueses e tiveram produção da UAU.
No Teatro Maria Matos, a peça é protagonizada por Rui Melo (Sérgio), Nuno Lopes (Marco) e Cristóvão Campos (Ivo), num espetáculo produzido pela Força de Produção, que tem sessões de quinta-feira a sábado, às 21h00, e, ao domingo, às 18h00.
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