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Gaza, migrações e IA na 'rentrée' do Teatro Nacional D. Maria II

A programação do Teatro Nacional D. Maria II, até ao final do ano, conta com 15 espetáculos, aborda migrações e inteligência artificial, debate Gaza e leva dezenas de atividades a diferentes regiões do país, anunciou hoje a direção artística.

Gaza, migrações e IA na 'rentrée' do Teatro Nacional D. Maria II

© Wikimedia Commons

Lusa
01/09/2025 18:40 ‧ há 2 horas por Lusa

Cultura

Teatro

O arranque da programação acontece na próxima sexta-feira, dia 05, na Sala Estúdio Valentim de Barros, nos Jardins do Bombarda, em Lisboa, com a apresentação final do projeto de formação teatral avançada "École des Maîtres", desenvolvido durante este verão pelo encenador iraniano Amir Reza Koohestani, com 20 jovens atores de Bélgica, França, Itália e Portugal, em torno do "potencial performativo da vida quotidiana".

 

A sessão de abertura da temporada do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), no entanto, fica marcada para dia 12, com a estreia de "O Nariz de Cleópatra, pois claro!", no Teatro Variedades, também em Lisboa, onde ficará em cena até 05 de outubro.

A peça, a partir do texto de Augusto Abelaira, tem versão cénica e direção de Cristina Carvalhal. Segundo a sinopse, a ação acompanha um grupo de aventureiros do século XXIII que altera o rumo da História.

A estreia será antecedida do anúncio do vencedor da 6.ª edição do Prémio Revelação Ageas/TNDM.

"O Nariz de Cleópatra, pois claro!" é o último de seis projetos da programação do TNDM a apresentar este ano no Variedades. Para 2026, está previsto o regresso ao edifício-sede, no Rossio, em Lisboa, encerrado para obras, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, desde janeiro de 2023.

Nos próximos dias 20 e 21, na Sala Estúdio Valentim de Barros, será a vez de "Coral dos Corpos sem Norte", espetáculo do artista angolano Kiluanji Kia Henda, numa estreia em parceria com a BoCA - Biennial of Contemporary Arts. A obra reflete sobre as migrações como "processo da pemba", ritual para um caminho "sem início e sem final".

Nesse movimento de migrantes para Norte, lê-se na apresentação da obra, "ao invés de paraísos", o que se encontra é "uma realidade atroz", com o Mediterrâneo transformado em "cemitério de corpos sem norte". Uma reflexão sobre Europa, colonialismo e pós-independências em África.

Igualmente no âmbito da BoCA, e na mesma sala, o TNDM apresentará "Toda la Luz del Mediodía", do espanhol Julián Pacomio, numa investigação "sobre tempo, luz e corpo como paisagem sensível", nos próximos dias 13 e 14.

Ainda este mês, no dia 16, os Jardins do Bombarda acolherão o debate "Gaza: Pensar, Resistir, Imaginar", promovido pelo TNDM, "com o objetivo de refletir sobre a função pública das instituições e dos agentes culturais, os riscos do silêncio e o potencial político da arte".

O debate conta com moderação de Maria Vlachou, responsável pela associação Acesso Cultura, e as participações da encenadora Joana Craveiro, do Teatro do Vestido, da jornalista Patrícia Fonseca, do diretor artístico do TNDM, Pedro Penim, e da investigadora Shahd Wadi.

O debate marca o arranque de uma programação do TNDM dedicada à Palestina, "para promover uma reflexão crítica e plural sobre a urgência do momento e o papel das artes", que inclui a disponibilização de vídeos, no 'site' do TNDM, com testemunhos de jornalistas, académicos, artistas, ativistas e pensadores portugueses e estrangeiros.

Até dezembro, a programação do TNDM soma mais seis espetáculos a apresentar na Sala Estúdio Valentim de Barros: "Luta Armada", de André Amálio e Tereza Havlícková, da companhia Hotel Europa; "As Secretárias", do coletivo norte-americano feminista The Five Lesbian Brothers, pela encenadora Maria Inês Marques; "Itinerário", de Rogério Nuno Costa, peça criada no âmbito do projeto Sustainable Theatre Alliance for a Green Environemental Shift (STAGES); e, no âmbito do Alkantara Festival, "Flesh can't can' t not't 'tis flesh h...", de Mario Barrantes Espinoza (Costa Rica/Nicarágua), e "Galactic Crush II: Into the Cold", dos libaneses Stephanie Kayal & Abed Kobeissy.

De 03 a 07 de dezembro, a encerrar a programação de 2025 na Sala Estúdio Valentim de Barros, estará em cena "Rito de Transição: Corpo T", de Ritó Natálio, igualmente desenvolvido no âmbito do STAGES, que se apresenta como "fábula política [...] numa ode às parentalidades e infâncias queer."

A encerrar o ano, o TNDM estreará "carne.exe", de Carincur e João Pedro Fonseca, no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian. O espectáculo conta com Albano Jerónimo que contracena com um modelo original de inteligência artificial, com capacidades performativas (AROA - Artificial Relational Ontological Agent), treinado com material poético e filosófico. O espetáculo é uma produção ZABRA - Centro de Investigação de Arte Pós-Humana, com coprodução do TNDM e patrocínio da NTT Data Portugal.

Além de Lisboa, o TNDM levará espectáculos, oficinas e outras ações a diferentes concelhos do país, até ao final do ano, no contexto da sua "Odisseia Nacional".

"O Auto das Anfitriãs", de Inês Vaz e Pedro Baptista, a partir de Camões, será apresentado em Paredes de Coura, Miranda do Corvo e Celorico da Beira; os espectáculos para crianças "Cabe mais um?" e "Não se pode! Não se pode!", com encenação de Catarina Requeijo, serão apresentados em Lagos, Ourém e Ponte de Lima; "Corre, Bebé", de Ary Zara e Gaya Medeiros, peça vencedora da Bolsa Amélia Rey Colaço, estará em Montemor-o-Novo.

O programa de arte participativa ATOS, desenvolvido pelo TNDM e a Fundação Gulbenkian, irá "pôr em prática 25 microprojetos, até ao final do ano, nos municípios de Funchal, Lamego, Loulé e São João da Madeira", com envolvimento de comunidades locais.

Em Braga, no Theatro Circo e no gnration, a 27 e 28 de novembro, será feita a partilha de "Cenários" de "experiências e aprendizagens" dos projetos "Odisseia Nacional", do TNDM, e da Braga 25 -- Capital Portuguesa da Cultura. No âmbito deste programa, será apresentada a peça "La Vie Sècrete des Vieux", de Mohamed El Khatib, no Theatro Circo.

Por todo o país continuarão ainda as Oficinas de Teatro para alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, espectáculos para escolas, formações dirigidas a educadores de infância, auxiliares de ação educativa e professores do 1.º ciclo, entre outras ações.

Em Lisboa, na Tobis Portuguesa, também serão desenvolvidas três ações de formação profissional: "A Voz Invisível: O Regresso do Ponto de Teatro", por Cristina Vidal; "Práticas de encontro", com orientação de Raquel André, para artistas com e sem deficiência, surdos e a comunidade cega; e sobre a criação de projetos artísticos participativos, no âmbito do ATOS.

A programação está disponível no 'site' do TNDM.

Leia Também: Festival Internacional de Guitarra regressa ao Fundão na quinta-feira

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