Museu do Fado acolhe exposição dedicada ao guitarrista Carlos Paredes

Algumas das guitarras de Carlos Paredes, fotografias inéditas e a discografia integral estão presentes na exposição "Variações para Carlos Paredes", que o Museu do Fado inaugura na sexta-feira em Lisboa.

O guitarrista Carlos Paredes

© Eduardo Gageiro/Centenário Carlos Paredes

Lusa
05/06/2025 21:04 ‧ ontem por Lusa

Cultura

Fado

A exposição, que ficará patente até 18 de janeiro de 2026, insere-se no Programa de Comemoração do Centenário de Nascimento de Carlos Paredes e tem curadoria de Ivan Dias e António Manuel Nunes.

 

"Criador de um repertório original que levou ao mais alto nível as possibilidades expressivas da guitarra portuguesa, Carlos Paredes influenciou distintas gerações de músicos nacionais e internacionais, contribuindo para a popularização deste instrumento junto de vastas audiências", refere o Museu do Fado em nota de imprensa.

De acordo com o museu, a exposição contará com as guitarras de Carlos Paredes que foram doadas em testamento ao Museu do Fado, ao Museu de Lisboa e ao Mosteiro dos Jerónimos, além de várias fotografias, entre as quais algumas inéditas, da autoria de Carlos Gil, tiradas nos anos 1970.

Programas de concertos, de peças de teatro musicadas pelo guitarrista e a discografia integral também podem ser vistas na exposição.

Apresentada em janeiro e iniciada um mês depois, a programação para assinalar os cem anos do nascimento de Carlos Paredes conta com mais de uma centena de concertos, colóquios, filmes e oficinas.

O programa de celebração reparte-se em três linhas de atuação: A vertente performativa, com espetáculos, a vertente de investigação, com publicações e colóquios, e a vertente educativa, com oficinas, visitas e roteiros.

O Arquivo Nacional do Som vai desenvolver um plano para salvaguarda e preservação da obra fonográfica de Carlos Paredes, nomeadamente a recolha "de suportes de som e documentos sonoros", e a elaboração de uma discografia da obra do guitarrista, para disponibilizar 'online'.

No final do ano, estão ainda previstos dois colóquios no Museu do Fado, em Lisboa, e a exibição de vários projetos de cinema e audiovisual, nomeadamente dois documentários de Graça Castanheira e Ivan Dias.

Toda a extensa programação está disponível em www.centenariocarlosparedes.pt.

Carlos Paredes nasceu em Coimbra, em 16 de fevereiro de 1925, e morreu em Lisboa, em 23 de julho de 2004.

Filho do guitarrista Artur Paredes, outro nome maior da guitarra portuguesa, Carlos Paredes deu continuidade a uma linha familiar de gerações de músicos, mantendo-se leal à tradição e ao estilo de origem, tocando a guitarra de Coimbra, com a afinação do fado de Coimbra. Imprimiu, porém, uma abordagem pessoal, que o levou aos principais palcos mundiais e a trabalhos conjuntos com outros grandes intérpretes, como o contrabaixista norte-americano de jazz Charlie Haden.

Carlos Paredes viveu sobretudo em Lisboa e a cidade inspirou muitas das suas composições. "Verdes Anos", uma das mais conhecidas da sua obra, foi composta para o filme homónimo de Paulo Rocha, marco do Novo Cinema português dos anos de 1960.

Combatente antifascista, opôs-se à ditadura e foi preso pela PIDE, no final da década de 1950. Até à década de 1990, conciliou a guitarra com a sua atividade como administrativo no Hospital de São José, em Lisboa.

Em dezembro de 1993 foi-lhe diagnosticada uma mielopatia, doença que lhe atacou a estrutura óssea e que o impediu de tocar a guitarra.

Leia Também: Montemor-o-Velho. Associação quer promover Fado e criar escola de música

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