A iniciativa, que é promovida pela Arte-Via Cooperativa, sediada na Lousã (distrito de Coimbra), em homenagem às vítimas dos incêndios florestais de 2017, será subordinada ao tema 'África escrita em português', revelou hoje a fundadora e coordenadora FLII, Ana Filomena Amaral.
Na conferência para apresentação da iniciativa, a responsável adiantou que "a oitava edição fecha um ciclo do Festival Literário Internacional do Interior - Palavras de Fogo, porquê no próximo ano ele será realizado no mês de maio", para poder aproximar-se de um público "fulcral, que é o escolar".
"Era um objetivo desde o início deste festival trabalhar diretamente e muito intensamente com as escolas, mas ficamos sempre no dilema: ou lembramos o dia 17 de junho, dia dos nefastos incêndios em Pedrógão Grande, ou deixamos essa data e vamos então ao encontro do público escolar", apontou.
Oito anos depois, "era altura de privilegiar o público escolar" e, a partir de 2026, os quatro dias principais do evento vão acontecer na primeira quinzena de maio.
"A nossa lealdade para com a data 17 de junho está cumprida", mas a matriz do evento, de homenagem às vítimas dos incêndios, irá manter-se, disse Ana Filomena Amaral.
Na edição de 2025, todos os escritores presentes vivem em Portugal, mas têm origem em países africanos de língua portuguesa, sendo a autora Olinda Beja, de São Tomé e Príncipe, a residente literária deste ano.
Com atividades centradas nos 50 anos da descolonização, o evento assinala também as cinco décadas do 25 de abril e os 500 anos de Luís Vaz de Camões, marcando presença em Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis e Lousã (no distrito de Coimbra), em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e em Marrocos.
Ações de formação, concursos, palestras, oficinas, leituras, feiras do livro, espetáculos, performances e instalações são algumas das atividades que têm lugar em espaços como fábricas, campos, praias, igrejas, mercados e romarias.
Entre as atividades destacadas pela criadora e coordenadora do FLII, está, no dia 14, um painel sobre a descolonização na literatura e a peça de teatro 'África, onde sempre esgaravatamos', no Museu Nacional de Conímbriga, em Condeixa.
No dia 15, a Biblioteca Municipal de Arganil acolhe o painel '50 anos depois, como se escreve África?' e o desfile de moda da escritora e estilista de moda africana Goretti Pina.
O Estabelecimento Prisional de Coimbra vai receber, no dia 16, Olinda Beja e Aida Gomes, para o painel 'Descolonização das mentes e da história' e, de seguida, a autora santomense será acompanhada por Luís d'Almeida, para uma performance de poesia e canto.
O festival encerra em Pedrógão Grande, no dia 17, com um espetáculo de poesia e canto com Olinda Beja, acompanhada à guitarra por Luís d'Almeida.
Nos dias 03 e 04 de junho, diferentes universidades de Marrocos acolhem iniciativas que assinalam os 500 anos de Luís de Camões, como a mesa-redonda 'Escrita e empreendedorismo: e as mulheres?', com a professora da Universidade de Coimbra Cristina Robalo Cordeiro, Ana Filomena Amaral e a presidente da Associação Espace Point de Départ, Sabah Chraibi.
O festival tem como patrono o Presidente da República. Os parceiros associados são a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, a Rede de Bibliotecas Escolares, o Plano Nacional de Leitura, o Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra, Universidade de Coimbra, Museu de Conímbriga, Estabelecimento Prisional de Coimbra, Comissão Nacional para as Comemorações dos 500 anos de Camões.
Leia Também: Festival de Poesia de Foz Côa começa com homenagem a Vitcorino d'Almeida