"Vou explorar mais neste álbum. Vai ser um projeto diferente"

Ainda com muitas coisas para revelar sobre o novo álbum, Inês Monstro começa a desvendar 'a ponta do véu' com o lançamento da nova música, 'Antídoto', coescrita com Conan Osíris. A produção ficou mais uma vez nas mãos de Choro, que produziu anteriormente o primeiro disco da cantora, 'Brilho'.

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© Carlota Barrento

Marina Gonçalves
30/05/2025 10:18 ‧ ontem por Marina Gonçalves

Cultura

Inês Monstro

Inês Monstro ficou conhecida ao participar no programa 'Ídolos' (2009/2010). Nessa altura, lembra, esteve a estudar audiovisuais porque "queria ser realizadora de cinema". Somou também formação em teatro, tendo estado no Conservatório, pois, diz, houve uma altura da sua vida em que "estava mais focada em ser atriz". No entanto, "nunca abandonou a música, nem perdeu o contacto". 

 

Em conversa com o Notícias ao Minuto, recordou que sempre teve aulas de canto e de instrumentos musicais. Aliás, depois do programa da SIC, recorda, integrou uma banda que se chamava Miss Titan, "que era um pouco mais indie rock, rock alternativo".

Inês Monstro sempre soube que "queria estar no palco", e confessou que "ainda não desistiu da ideia de realizar videoclipes", nem "põe de parte" a possibilidade de "voltar a fazer teatro, cinema, ou até televisão". "Há muitas coisas que gosto de fazer, mas a música é, sem dúvida, neste momento, a mais importante de todas."

Atualmente está a 'cozinhar' o segundo álbum, depois de ter lançado o disco 'Brilho' em 2023, e durante a entrevista com o Notícias ao Minuto adiantou que já tem "umas ideias" no que diz respeito ao nome deste novo trabalho. A cantora contou que vai trazer colaborações "muito especiais, com pessoas (artistas) que admira muito". "Estou muito feliz por esta oportunidade e por terem dito logo que sim."

Mas não ficou por aqui e revelou também que já "tem um conceito, sabe qual vai ser a temática principal do álbum, os instrumentos que quer", estando na "fase de composição, a iniciar o processo de produção, na fase da criação". "Numa das fases muito divertidas de experimentação." A perspetiva é que o álbum seja lançado no próximo ano.

Inês Monstro - que se prepara para atuar no NOS Alive, no dia 12 de julho - começa agora a desvendar algumas 'pontas', tendo lançado recentemente o tema 'Antídoto', coescrito com Conan Osíris e que vai integrar o novo álbum.

O videoclipe desta música foi lançado no dia 16 de maio, destacando-se o pole dance. "De um ponto de vista até da cura, às vezes, do nosso feminino e na cura da nossa relação com o nosso corpo, o pole dance é transformador", referiu ao explicar a escolha, e deixando o convite para experimentarem este estilo de dança - que não foi propriamente uma novidade para Inês. "Já tinha tido a oportunidade de experimentar."

"Acho que foi a coisa mais difícil que já fiz fisicamente, mas é um contraste gigante quando vemos e parece que é algo tão leve. Tem essa dualidade de ser uma coisa que dói, mas depois é bela. E tem a conotação da serpente como a cura - esta serpente que tem o veneno, mas o veneno, às vezes, pode salvar. É mesmo super transformador porque sentes-te tão exposta, mas depois é tão libertador ao mesmo tempo... É como se fosse esta serpente que muda de pele. Acho essa imagem muito bonita", frisou.

Escrever é um processo muito meditativo, mas também de cura

Mas como surgiu esta colaboração com Conan Osíris - que "foi um sonho tornado realidade"?

Já conhecia o trabalho do Conan há muito tempo, já desde que andava na faculdade. Desde que o comecei a ouvir, sempre abriu a minha mente para o que é o escrever em português, o que é questionar a língua portuguesa, de que formas é que podemos puxar um pouco mais a lírica - puxar no sentido de que forma é que podemos questionar a lírica e escrever canções num estado mais puro. Quando ouço as músicas do Conan sinto que há um estado de pureza. 

Convidei-o para o meu primeiro concerto com a apresentação do meu primeiro projeto, o 'Brilho'. Começámos a conversar… Foi, na realidade, uma ligação muito espontânea e natural.

Neste tema escreves que "todo o veneno tem um antídoto". A música é o teu antídoto, a tua cura?

Sim. Escrever é um processo muito meditativo, mas também de cura, para mim, enquanto 'songwriter' [compositor de música]. Posso considerar que é o meu antídoto, mas também pode ser um antídoto que dou ao outro. Pode sempre ter essas duas versões, ou mais. Gosto de saber o que é que as pessoas pensam sobre o que é - quando ouvem as minhas músicas - antes de tentar explicar. Nem tenho muito essa tendência para explicar, gosto que as pessoas tenham a sua própria interpretação.

O 'Brilho' foi um projeto mais introdutório e tem o seu próprio conceito, e este próximo terá um outro conceito e ideias assentes noutras coisas que ainda não explorei

Disseste que este segundo álbum que estás a preparar marca uma nova fase. Que fase é esta? Vamos ver uma Inês diferente comparando com o disco de estreia, 'Brilho'?

Gosto de encarar cada álbum como um projeto. No primeiro álbum trabalhei sobre alguns temas, e também trabalhei sobre alguns géneros. Não gosto muito da ideia de géneros musicais. Hoje em dia isso é cada vez mais amplo. Gosto da ideia de que é a música que nos conduz e não somos nós. Só temos de ser conduzidos para um sítio. Há muitos campos para explorar e eu gosto disso, de poder explorar várias áreas, registos, géneros…

Mas, sem dúvida, que há instrumentos que não explorei tanto no primeiro álbum e que quero explorar mais neste. Vai ser um projeto diferente. O 'Brilho' foi um projeto mais introdutório e tem o seu próprio conceito, e este próximo terá um outro conceito e ideias assentes noutras coisas que ainda não explorei.

Vai sempre ser pop, mas o pop é muito abrangente. Dá para explorar muitas coisas dentro desse registo

Mas a base vai manter-se no pop?

Sim. Sempre bebi de muitos géneros musicais diferentes e de muitas influências. É um pouco inevitável não ir buscar também essas referências que tenho. Mas vai sempre ser pop, sim. Mas o pop é muito abrangente, também. Dá para explorar muitas coisas dentro desse registo.

Havia quase este misticismo de o que é que eram as pessoas "famosas", porque nós não sabíamos onde é que elas estavam, o que é elas faziam. Hoje em dia temos muito mais acesso a isso com as redes sociais

Inês Monstro é um nome que usavas já há vários anos nas redes sociais para "te esconderes", de certa forma, porque não querias ser encontrada facilmente – queiras ter aquele espaço mais pessoal. Isto depois de teres participado no 'Ídolos', como explicaste (em tempos) quando estiveste no 'Curto Circuito'. Quando participaste no programa foi difícil a gestão do reconhecimento, do facto de ficar conhecida? 

Tinha 16 anos, acho que para qualquer rapariga de 16 anos - ou para qualquer adulto de 26 ou 36 - é sempre uma experiência que assoberba qualquer um. Sempre fui muito ciente que isso fazia parte da experiência, e também eram outros tempos. Não tínhamos tanto acesso a redes sociais, portanto, o impacto foi maior. Havia quase este misticismo de o que é que eram as pessoas "famosas", porque nós não sabíamos onde é que elas estavam, o que é elas faziam. Hoje em dia temos muito mais acesso a isso com as redes sociais. Na altura era uma coisa mais misteriosa.

Acredito que este 'Monstro' é mais uma persona de palco, que também me permite mais liberdade, e aceder mais à minha criatividade

Eras muito reconhecida na rua…

Muito! [risos] Mas sabia que isso fazia parte de ir a um programa de televisão. Houve experiências melhores e piores - nesse sentido de abordagens melhores ou piores.

Ao fim ao cabo, teres-te lançado artisticamente como Inês Monstro - em vez de Inês Laranjeira - acabas por manter a separação da Inês dos amigos e família da Inês artista...?

A Inês Monstro acabou por se tornar o nome do meu projeto a solo, e acabou por ser o nome que as pessoas começaram a chamar-me, inevitavelmente, porque era o nome que estava nas redes sociais. É bastante sonante, achei que podia funcionar para este projeto.

Gosto da ideia de ter uma 'persona' e acho que, no fundo, consigo manter alguma privacidade. Acredito que este 'Monstro' é mais uma persona de palco, que também me permite mais liberdade, e aceder mais à minha criatividade. Sinto que esta persona faz parte do projeto, acredito nessa ideia. Também estudei teatro e está muito presente na maneira como vejo a arte, o ato performativo.

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