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Bordado de Castelo Branco inscrito no Inventário do Património Imaterial

O instituto público Património Cultural aprovou a inscrição do Bordado de Castelo Branco no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), conforme despacho publicado hoje em Diário da República (DR).

Bordado de Castelo Branco inscrito no Inventário do Património Imaterial

© Site/ Câmara Municipal de Castelo Branco

Lusa
20/02/2025 18:28 ‧ há 7 meses por Lusa

O Bordado de Castelo Branco é um produto artesanal único, cuja imagem é facilmente identificável no conjunto dos bordados tradicionais portugueses. É um bordado rico, a fio de seda, onde predomina o chamado ponto de Castelo Branco (ponto largo ou, como antigamente era conhecido, bordado a frouxo, com os fios de seda pouco torcidos) e apresenta uma gramática decorativa própria, segundo desenhos cuja matriz remonta a colchas portuguesas do século XVII e XVIII.

 

Segundo o DR, a inscrição do Bordado de Castelo Branco no INPCI reflete "a importância da manifestação do património cultural imaterial e respetivo saber-fazer enquanto prática identitária da comunidade albicastrense, com destaque para as bordadeiras".

Destaca ainda "os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu esta arte até aos dias de hoje" e "as ameaças e os riscos suscetíveis de comprometer a viabilidade futura deste saber-fazer, nomeadamente o reduzido número de bordadeiras existentes atualmente, pondo em risco a transmissão intergeracional desta arte, bem como a dificuldade na obtenção das matérias-primas de qualidade, entre outros".

Numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa, o instituto público Património Cultural refere que apesar da sua antiguidade, o Bordado de Castelo Branco "só se evidenciou em finais do século XIX, aquando da visita do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia à cidade, por ocasião da inauguração da linha da Beira Baixa".

A produção voltaria a ganhar destaque na primeira metade do século XX, através da publicação de uma série de artigos e da realização de exposições em que as colchas de Castelo Branco ocuparam lugar central.

"É também nesta época que são fundadas escolas e oficinas para reprodução do saber-fazer. No início dos anos 50 surge a Oficina Casa-Mãe, fundada por Elísio José de Sousa, e após o seu fecho, na década de 1970, abre no Museu Francisco Tavares Proença Júnior a Oficina-Escola de Bordados Regionais, importante unidade de produção e de investigação", lê-se na nota.

Os temas mais comuns do bordado refletem a influência oriental e indiana, com motivos vegetalistas, a árvore da vida, os cravos, ou ainda aves e outros animais, figuras humanas, vasos e albarradas, entre outros.

Nas colchas históricas, o desenho subjacente era feito por debuxadores, à pena e com tinta ferrogálica.

A partir de finais de século XIX os desenhos existentes em papel vegetal foram (e são ainda) passados a papel químico.

Atualmente as bordadeiras profissionais distribuem-se pelo Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, pela Oficina do Museu Francisco Tavares Proença Júnior e por oficinas individuais.

Em regra, a transmissão deste saber-fazer operava-se por via de mestras com grande experiência.

O instituto salienta ainda que atualmente, a transmissão intergeracional ocorre sobretudo em cursos ministrados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a cargo de bordadeiras dotadas de Certificado de Competências Pedagógicas. Contudo, a generalidade reporta pouca procura, temendo pelo futuro desta arte".

Como estratégia de revitalização, as artesãs defendem o diálogo com designers que queiram dar uma nova face a esta produção.

O Centro Interpretativo do Bordado de Castelo Branco, por exemplo, possui uma coleção de peças elaboradas por alunos de Design de Moda e Têxtil do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

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