Um "abraço fraterno" entre ministros abriu em Lisboa a Mostra Espanha
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e o homólogo espanhol, Ernest Urtasun, deram hoje, em Lisboa, um simbólico "abraço fraterno", em nome das relações diplomáticas entre os dois países ibéricos, na abertura oficial da Mostra Espanha 2024.
© Lusa
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Os dois ministros inauguraram a Mostra Espanha no Museu de Arte Contemporânea (MAC/CCB), do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, junto à pintura "El Abrazo", do artista espanhol Juan Genovés, que é considerada uma obra icónica da transição política em Espanha da ditadura para a democracia.
"El Abrazo", que pertence à coleção do Museu Nacional Reina Sofia, de Espanha, e está no MAC/CCB enquanto obra convidada, é uma pintura realista de 1976, que retrata um grupo de pessoas, quase todas de costas, sem rostos visíveis, em gestos de abraços.
"A mensagem de amizade e reencontro do quadro representa o processo democrático iniciado" no país depois do fim da ditadura em Espanha, com a morte de Franco, em 1975, lembrou Ernest Urtasun, na primeira visita oficial a Portugal enquanto ministro da Cultura.
Depois de uma breve reunião de trabalho, na qual abordaram "a cooperação transfronteiriça", Dalila Rodrigues e Ernest Urtasun deram, então, um simbólico "abraço fraterno" -- palavras da ministra portuguesa -, em frente à obra de Juan Genovés (1930-2020), para registo dos jornalistas presentes.
A Mostra Espanha é um festival bienal que pretende divulgar em Portugal o dinamismo das atuais indústrias culturais do país ibérico, com uma programação entre setembro e novembro, em várias localidades portuguesas, como Lisboa, Porto, Guimarães, Braga e Miranda do Douro.
Embora já tenham acontecido algumas atividades culturais desde o início de setembro, a oitava edição do Mostra Espanha começa oficialmente hoje com a presença da pintura "El Abrazo", Juan Genovés, no MAC/CCB.
À semelhança da exposição de "Abrazo", em Lisboa, Dalila Rodrigues revelou que a 02 de outubro o Museu Reina Sofia, em Madrid, terá exposta a obra "Retrato de Grupo", do artista visual José de Almada Negreiros, "figura central do modernismo português que viveu durante um período de grandes mudanças políticas e sociais".
Este ano, a Mostra Espanha também se associa ao programa cultural e diplomático "Portugal-Espanha: 50 anos de Democracia", apresentado em março passado em Madrid, para celebrar o papel da Cultura nos processos de transição para a democracia nos dois países.
Uma das iniciativas destacadas hoje pelo ministro Ernest Urtasun é uma exposição, a 09 de outubro, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, com cerca de 60 documentos que testemunham o processo democrático nos dois países.
Até novembro, a programação da Mostra Espanha (www.mostraespanha.org) cruzar-se-á, por exemplo, com os festivais de cinema Queer Lisboa e Queer Porto e com a Noite da Literatura Ibero-Americana (a 26 de setembro).
A 01 de outubro é inaugurada, no Museu de Lisboa -- Teatro Romano, em parceria com o Festival de Mérida, a exposição "Elas Falam", focada na figura da mulher na época romana, a partir arqueológicos do sítio de Mérida (Espanha).
No Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) está já patente uma exposição dedicada a Josep Grau-Garriga (1929-2011), que, segundo a Mostra Espanha, é "um dos mais proeminentes pioneiros do movimento inovador da arte têxtil contemporânea".
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