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Fotógrafo João Menéres morre aos 89 anos

O fotógrafo João Menéres, conhecido por fotografar "por necessidade e paixão" a "rural urbana, fabril e febril" cidade do Porto, como o próprio descrevia, morreu aos 89 anos, estando o funeral marcado para hoje no Foco.

Fotógrafo João Menéres morre aos 89 anos
Notícias ao Minuto

11:34 - 28/11/23 por Lusa

Cultura Óbito

Engenheiro reformado, João Menéres, que foi agraciado com a Medalha Grau Ouro da Câmara do Porto em 2005, morreu no domingo, confirmou a família do fotógrafo.

No blogue "Grifo Falante", onde João Menéres publicava desde 2008, a família refere que "hoje [referindo-se a domingo] com 89 anos, João Menéres decidiu planar para outra dimensão".

"O grifo planante termina hoje, com a partida do seu autor. Em seu nome, a família agradece a todos que o acompanharam ao longo destes anos", lê-se na publicação.

João Menéres era autor de vários livros dedicados à cidade do Porto e dedicava-se também a outros temas, tendo sido o primeiro fotógrafo português a expor individualmente sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, conforme referiu o próprio numa carta publicada no jornal Expresso, em 1983.

Nessa missiva, citada no catálogo digital da "História das Exposições de Arte" da Fundação Calouste Gulbenkian, Menéres queixava-se que este "facto demonstra a tardia aposta na divulgação dos valores da fotografia portuguesa".

Já na sinopse do livro "Porto Meu", João Menéres explicava que fotografar o Porto, "cidade antiga, mui nobre, sempre leal e invicta, a cidade do rio Douro, a cidade da frente marítima, a cidade rural e a cidade urbana, fabril e febril, tornou-se tanto uma necessidade, como uma paixão".

Na sessão de apresentação de "Porto Meu", de 2019, o também engenheiro e antigo ministro Luís Valente de Oliveira considerou que "o primeiro atributo de João Menéres [...] é o seu enlevo pela sua cidade", lê-se numa nota publicada no 'site' oficial da Câmara Municipal do Porto.

"Conhece-a como poucos, percorre-a com uma aplicação exemplar e há muito que exercitou a sua capacidade de observação para surpreender o motivo que capta, fixando-lhe o enquadramento que mais o valoriza", referiu.

João Menéres foi também autor de "Encontro com o Porto", com introdução de Fernando Lanhas, "De um outro Porto", com prefácio de Mário Cláudio, "Revelação da água", com texto de Agustina Bessa-Luís, "Conversas à luz dos olhos", com prefácio de Miguel Veiga, título e textos de Lina Sampaio, "Imagini", com introdução e textos de Jorge Pinheiro, desenhos e pintura de Myra Landau, "Entre o ver e o olhar", título de Lina Sampaio, introdução e textos de Ana Ruas Alves, "A cidade de Eugénio", com texto de Luís Neiva Santos e Vasco Graça-Moura, "O génio da minha geração", com texto de Miguel Veiga, "Dezasseis olhares sobre a Póvoa", bem como de "O Porto de Miguel Veiga".

As cerimónias fúnebres estão marcadas para hoje às 15h00 na Igreja de Nossa Senhora da Boavista, no Porto.

Após o funeral, o corpo seguirá para o cemitério de Agramonte.

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