Contactado pela agência Lusa sobre as novas exposições previstas para inaugurar até ao final do ano, fonte do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) indicou que 'Identidades partilhadas - Pintura espanhola em Portugal' dará título à nova mostra temporária, que abre a 01 de dezembro, com origem "numa importante campanha de restauro, investigação e valorização das pinturas espanholas".
Comissariada por Joaquim Oliveira Caetano, diretor do museu, e Benito Navarrete, professor catedrático de história de arte na Universidade Complutense de Madrid, a exposição integrará as atividades culturais da Presidência Espanhola da União Europeia, segundo a entidade.
Até 31 março de 2024, esta exposição vai abordar, na Galeria de Exposições Temporárias, a presença da pintura espanhola em Portugal, "consequência das relações culturais que existiram entre os dois países vizinhos e que se concretizou através do colecionismo, por meio de ofertas diplomáticas, de patrocínio eclesiástico e, mais recentemente, através de aquisições levadas a cabo por museus e instituições privadas e públicas", segundo um texto sobre a programação.
Antes, a 14 de novembro, o museu vai inaugurar a mostra 'Vieira Lusitano: entre o Mito e a Alegoria. Desenhos e Gravuras', dedicada ao mais importante artista português do século XVIII.
Formado em Roma, onde esteve em aprendizagem por duas vezes, a estudar sob a direção de importantes mestres italianos, Francisco Vieira de Matos, conhecido por Vieira Lusitano (1699-1783) criou uma obra conhecida sobretudo pelas temáticas religiosas e retratos.
Com o objetivo de divulgar a sua obra "também notável enquanto desenhador e gravador a água-forte" o MNAA apresentará uma seleção de trabalhos de Vieira Lusitano com origem nas próprias coleções, em torno dos temas da mitologia clássica e da alegoria.
Esta exposição irá ficar patente até 03 março de 2024 na sala do Mezanino do MNAA.
No quadro do ciclo 'Obra Convidada', será exposta a pintura 'O Bom Pastor', de Bartolomé Esteban Murillo, proveniente do Museu Nacional do Prado, em Madrid, entre o próximo dia 30 de novembro e 31 março de 2024, numa das salas da Galeria de Pintura Europeia.
"A partir dos anos sessenta do século XVII, Murillo tornou-se a principal figura da pintura andaluza e o artista que capturou as preferências e encomendas da sua clientela. Nessa altura já tinha terminado de definir o seu estilo mais característico, do qual esta pintura é um magnífico exemplo", sublinhou o MNAA.
Além destas, vai continuar patente, até ao final de novembro, a exposição 'Tão úteis como originais. A Coleção de Galvanoplastias do MNAA', na Sala do Teto Pintado, dedicada a um processo resultante dos avanços científicos e tecnológicos no final do século XVIII, no campo da eletricidade e da eletroquímica.
Também patente ficará, até 07 de janeiro de 2024, 'O Belo, a Sedução e a Partilha', da Coleção Maria e João Cortez de Lobão, com o tríptico 'Virgem com o Menino e Santos de Ventura di Moro', na Galeria de Pintura Europeia.
Fora do museu, irá continuar a exposição 'Natureza viva: paisagem e sustentabilidade', no Edifício dos Leões, em Lisboa, em diálogo com o MNAA, até 31 de janeiro 2024.
Esta mostra reúne obras das coleções do MNAA, da Fundação Santander Portugal e da Fundação Santander Espanha, contando também com peças de artistas portugueses contemporâneos, numa viagem de cinco séculos da arte europeia inspirada pela paisagem.
Criado em 1884, o MNAA alberga a mais relevante coleção pública do país - desde pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão -- da Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como "tesouros nacionais", assim como a maior coleção de mobiliário português.
No acervo do museu destacam-se os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por Manuel I e datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, registando a presença de portugueses no Japão, e as 'Tentações de Santo Antão', de Bosch.
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