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DGArtes apoia participação na Bienal de São Paulo com 26 mil euros

A Direção-Geral das Artes assinou hoje um acordo de cooperação internacional com a Fundação Bienal de São Paulo para um apoio financeiro de 26.400 euros à presença portuguesa na edição que é inaugurada na quarta-feira.

DGArtes apoia participação na Bienal de São Paulo com 26 mil euros
Notícias ao Minuto

18:13 - 04/09/23 por Lusa

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A 35.ª Bienal de São Paulo, dedicada ao tema "Coreografias do Impossível", vai decorrer até 10 de dezembro deste ano no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera, em São Paulo, e a participação portuguesa é composta pelos artistas Carlos Bunga e Raquel Lima, entre os 120 artistas e coletivos selecionados pela equipa curatorial.

Contactada pela agência Lusa sobre o valor do apoio financeiro, fonte da Direção-Geral das Artes (DGArtes) indicou que o acordo de cooperação prevê um apoio financeiro à Fundação Bienal de São Paulo no valor total de 26.415,10 euros para a participação dos artistas portugueses selecionados pela equipa curatorial da bienal.

Este valor "resulta de uma apreciação da DGArtes ao pedido e orçamento apresentados pela entidade organizadora da Bienal", indicou a direção-geral numa resposta por correio eletrónico.

A equipa de curadores é composta pela artista e investigadora Grada Kilomba, Manuel Borja-Villel, Diane Lima e Hélio Menezes, numa edição que privilegia uma programação multidisciplinar comprometida com as preocupações sociais, e encontra nas artes visuais e plásticas uma ferramenta para pensar a vida dos cidadãos.

Num comunicado divulgado hoje de manhã, a DGArtes destacava "a relevância do trabalho dos artistas portugueses selecionados, bem como do contexto de acolhimento propiciado pela 35.ª Bienal de São Paulo e a sua importância para a promoção internacional das artes visuais e artes plásticas contemporâneas".

A assinatura do presente acordo de cooperação "dá continuidade à ligação que a DGArtes vem mantendo com a Bienal de São Paulo, a maior mostra de arte contemporânea do Hemisfério Sul, cujos padrões de excelência e consequente impacto e projeção internacional a tornam uma parceria incontornável", acrescenta.

Este organismo do Ministério da Cultura realça ainda a "importância do Brasil no quadro das prioridades da política europeia e externa portuguesa e o registo histórico da relevância específica das relações com o Brasil para a projeção e afirmação internacional da arte e da cultura portuguesa", e recorda a importância do trabalho realizado no quadro dos Programas de Cooperação Ibero-Americanos Ibercena e Ibermúsicas.

A Bienal de São Paulo acolhe cerca de 800 mil visitantes em cada edição, e realiza-se no Pavilhão Ciccillo Matarazzo - um marco do modernismo brasileiro, projetado pelo arquitecto Oscar Niemeyer - e este ano contará com a presença de artistas sobretudo do Brasil, mas também de países como o México, Estados Unidos da América, Canadá, Espanha, França, Itália, Filipinas, Guatemala, Gana, Líbano e África do Sul.

Carlos Bunga, nascido no Porto, em 1976, e a viver atualmente em Barcelona, desenvolve uma obra de intervenções em lugares escolhidos previamente, que modifica através de materiais do quotidiano como papelão, tinta e fita adesiva.

O seu trabalho é reconhecido pelas instalações de grandes dimensões, elaboradas como estruturas arquitetónicas que muitas vezes o artista destrói em performances, ou até mesmo antes da abertura da própria exposição.

A partir da pesquisa pictórica, Bunga desenvolveu uma linguagem pessoal que desconstrói a disciplina da pintura, e o seu trabalho tem sido exposto em museus e centros internacionais de arte como o Museu de Serralves, no Porto (2012), o Museu Universitário de Arte Contemporânea, na Cidade do México (2013), o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa (2019), a Whitechapel Gallery, em Londres (2020), e o Museu Nacional Rainha Sofia (2022), entre outros.

Carlos Bunga formou-se na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), nas Caldas da Rainha, estudou também em Nova Iorque, e venceu o prémio EDP Novos Artistas em 2003.

Raquel Lima, nascida em Lisboa, em 1983, é poetisa, 'performer' e educadora de arte, e tem vindo a apresentar o seu trabalho poético na Europa, em África e na América do Sul, tendo publicado em 2019 o seu primeiro livro e audiolivro de poesia, intitulado "Ingenuidade Inocência Ignorância".

Doutoranda em Estudos Pós-Coloniais no Centro de Estudos Sociais da Universidade (CES) de Coimbra, é também licenciada em Estudos Artísticos, com especialização em Artes Performativas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O conceito de apagamento é abordado pela criadora em sentidos gráficos e computacionais e em termos de identidade, com a literatura oral entendida como uma ferramenta para reconfigurar a história e gerar tensões face à materialização das fronteiras literárias e identitárias.

A entrada na Bienal é gratuita ao público durante os três meses de duração e, paralelamente, é realizada uma intensa programação de eventos, composta por debates, seminários, performances e apresentações, com atividades dirigidas para diversos públicos.

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