Fyre, o festival que se revelou um desastre, vai voltar e já há bilhetes
O festival tornou-se histórico pelo fracasso enorme que foi. A prometida experiência luxuosa, que custou milhares de euros a quem comprou bilhetes, afinal tinha péssimas condições, e o criador foi mesmo preso por fraude.
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Se se lembra do festival Fyre, é provável que se lembre de forma irónica (a não ser que tenha sido um dos que perdeu dinheiro com o evento), como uma das experiências culturais e mediáticas mais extravagantes, luxuosas e privadas alguma vez pensadas, que acabou por ser um dos maiores desastres organizacionais de sempre. No entanto, e apesar da má reputação, o Fyre está oficialmente de volta.
Num vídeo divulgado nas redes sociais, o fundador do festival, Billy McFarland, afirmou entusiasticamente que os primeiros passos foram dados para a organização do evento, com alguns bilhetes já à venda.
McFarland, que esteve detido durante quatro anos por fraude associada ao festival e que foi considerado pela Vanity Fair como uma "coqueluche das fraudes", explicou que começou a pensar no regresso do Fyre quando passou um período em confinamento solitário, na prisão. Noutra publicação lançada esta semana, o fundador continuou ainda a ignorar todos os problemas anteriores com o certame, mantendo a convicção que o Fyre é um dos eventos "mais falados do mundo".
Os primeiros 100 bilhetes já estão à venda e custam 499 dólares (cerca de 459 euros), mas os restantes ingressos deverão custar entre 736 euros e 7371 euros.
McFarland está convicto de que a segunda edição do Fyre Festival será um sucesso e, após considerar uma mudança na localização, decidiu manter o evento nas Caraíbas. "Estamos a apontar o Fyre 2 para o final do próximo ano", disse, prometendo um maior compromisso empresarial num vídeo com declarações algo ingénuas e mesmo falaciosas sobre a primeira edição.
Mas, afinal, o que foi o Fyre Festival?
No final de 2016, McFarland e o rapper Ja Rule lançaram a ideia para o Fyre Festival, um festival de música luxuoso cujo propósito era promover a aplicação Fyre, que seria usada para promotores e agentes musicais. Várias estrelas e 'influencers' juntaram-se ao festival e à divugação do evento, incluindo as modelos Bella Hadid, Emily Ratajkowski e ainda Kendall Jenner.
O festival teria ainda lugar na ilha de Exuma, nas Bahamas, entre o final de abril e o início de maio de 2017.
No entanto, na primeira semana, os famosos e os festivaleiros, que pagaram milhares de euros para marcar presença no excêntrico e exclusivo evento, depararam-se com tendas usadas em desastres ambientais e humanitários e sandes empacotadas, e não com os palacetes e as refeições glamorosas que tinham sido prometidas. As malas enviadas tinham sido ainda enviadas para um parque de estacionamento e o alojamento estava ensopado pela chuva.
‘Sh*tshow’: Rich Millenials Who Paid Up to $250K for Ja Rule’s Fyre Festival Stranded on Island in FEMA-Like Tents https://t.co/XGGkqjNo3L pic.twitter.com/cTA6cBI1LH
— Latest Politics (@LatestComPols) April 28, 2017
Mas o escândalo não ficou por aqui, já que muitas empresas não foram pagas por McFarland, que foi condenado a seis anos de prisão por fraude em outubro de 2018 (cumprindo quatro). O Fyre gerou ainda prejuízos na ordem dos 26 milhões de euros.
Foram lançados vários documentários sobre o festival, nomeadamente o documentário da Netflix intitulado 'Fyre: The Greatest Party That Never Happened' ('FYRE: O Grande Evento que Nunca Aconteceu', na versão em português na plataforma de streaming).
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