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Novo livro de Alan Hlad fala de amor e da saga dos judeus na II Guerra

O escritor norte-americano Alan Hlad disse à Lusa que o seu novo livro "Uma Livraria em Tempos de Guerra", recém-editado em Portugal, é "uma história de amor e esperança em tempos melhores", desenvolvida em Lisboa, com personagens portuguesas.

Novo livro de Alan Hlad fala de amor e da saga dos judeus na II Guerra
Notícias ao Minuto

18:53 - 28/07/23 por Lusa

Cultura Livros

A narrativa tem como pano de fundo a II Guerra Mundial (1939-1945) e aborda a problemática da perseguição das tropas nazis aos judeus que procuram fugir através de rotas clandestinas até Lisboa, cidade neutral e escala de partida para os Estados Unidos.

O autor argumentou que este romance visa "dar a conhecer o que passaram os judeus durante a II Guerra Mundial, mas a história repete-se e hoje deparamo-nos com a guerra na Ucrânia e o fluxo de refugiados" que procuram condições de vida na Europa, vindos de situações de emergência, procurando sobreviver à fome, à guerra e também a regimes autoritários. 

No cenário da II Guerra Mundial, há uma outra frente de batalha, onde bibliotecários cerram fileiras para derrotar as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e contribuir para a vitória dos Aliados (Estados Unidos, Reino Unido e nações da Commonwealth, França e várias outras nações como o Brasil, Países Baixos ou Dinamarca).

Estes bibliotecários constituem o Comité Intergovernamental para a Aquisição de Publicações Estrangeiras (CID). Especialistas em microfilmes, os bibliotecários são destacados para cidades neutrais como Lisboa, onde adquirem publicações inimigas, como forma de alcançaram dados das potências do eixo, e que eram entregues aos serviços secretos norte-americanos para análise.

"Este comité existiu. Aliás o romance é baseado em factos reais", garantiu o autor. Uma das personagens do romance é o então Presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt (1882-1945).

Em declarações à agência Lusa, Hlad disse que a ideia de escrever este romance partiu da leitura de um artigo sobre esta secção especial dos serviços secretos norte-americanos, e quis "falar sobre o papel de Lisboa naquela época".

Hlad começou a escrever durante a pandemia, declarada em 2020.

Um dos funcionários do CID é Maria Alves, filha dos fotojornalistas Gaspar, de Coimbra, apreciador de vinho e "bacalhau à braz", e de Elise, de Munique, e que vem trabalhar para Lisboa.

Sobre esta personagem que, de forma determinada, consegue entrar para o CID, Hlad disse que pretendia "construir uma personagem forte e com raízes", realçando "os seus ancestrais portugueses".

Na capital portuguesa, uma livraria dirigida por Tiago Soares, de 28 anos, de origens judias por parte da mãe, serve de fachada para receber judeus e facilitar-lhes documentos falsificados que lhes permitem viajar para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, é um ponto de chegada de uma rota clandestina, a partir de Toulouse, patrocinada pelos seus avós judeus.

Alan Hlad tem ascendência austro-húngara, vive atualmente em Lisboa, é membro da Historical Novel Society de Cleveland e do Akron Writer's Group. Anteriormente, publicou "Um Longo Caminho Para Casa" (2021), cujo cenário narrativo é também a II Guerra Mundial.

Leia Também: Famílias de refugiados judeus salvos por Aristides Sousa Mendes em Belém

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