Em comunicado, a DGPC adianta que o despacho, assinado pela subdiretora do Património Cultural a 28 de junho, será em breve publicado em Diário da República.
Com a inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), a DGPC reconhece que o Culto a Santa Joana "emerge da comunidade como um ato da esfera do religioso e do divino, expressando-se numa manifestação pública e coletiva, viva e ativa em Aveiro".
O Culto a Santa Joana realiza-se a 12 de maio e remonta a 1490, ano da morte da princesa Joana, filha do rei D. Afonso V e da rainha D. Isabel.
Todos os anos, na manhã do dia 12 de maio, a população acorre ao local onde a Santa Joana foi sepultada, naquele que outrora foi o Real Convento de Jesus, local onde, durante 18 anos, a princesa optou pela abnegação [renúncia da riqueza e entrega espiritual], a que se dedicou na sua vida monástica em Aveiro.
No antigo Real Convento de Jesus está hoje instalado o Museu de Aveiro/Santa Joana, local onde regularmente os crentes manifestam a sua devoção.
O culto começou por ser prestado pelas freiras do Convento de Jesus de Aveiro, e, mais tarde, estendeu-se à população local.
No dia 12 de maio, Aveiro celebra o dia da cidade e da sua padroeira, a Santa Joana, "congregando o lado oficial ao lado religioso, este mais popular", destaca a DGPC.
O Culto a Santa Joana é também celebrado a nível nacional, nomeadamente, na Paróquia de Salselas, em Macedo de Cavaleiros (Bragança), e na Paróquia de Santa Joana, em Lisboa. Já a nível internacional, as comunidades de Votuporanga e Curitiba, no Brasil, também prestam culto.
O pedido de registo desta manifestação como Património Cultural Imaterial foi proposto pela Câmara Municipal de Aveiro, através do Museu de Aveiro/Santa Joana, podendo, a partir de agora, o público ter acesso a documentação sobre o Culto a Santa Joana na plataforma 'MatrizPCI'.
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