'Amor é amor'. Eis 8 livros sobre sexualidade e identidade para (re)ler
Neste Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, trazemos-lhe obras que vão desde a ficção à não ficção, recordando não só o caminho já traçado, como também aquele que ainda falta percorrer.
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'Juntos sempre: Unidos na diversidade' é o tema deste ano para as comemorações do Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, assinalado anualmente a 17 de maio. Segundo o Centro de Informação Europeia Jacques Delors, o mote escolhido serve como lembrança de que "todos os seres humanos, independentemente de quem são, quem amam e como se veem e se definem, nascem livres e iguais em dignidade e em direito". Contudo, em várias partes do globo, não é esse o caso.
Ainda que a data faça ode à decisão tomada em 1990 de retirar a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que é facto é que, de acordo com dados da União Europeia (UE), "mais de dois mil milhões de pessoas vivem em países onde a homossexualidade é ilegal".
O mesmo organismo realçou, na sua comunicação do ano passado, que "onze jurisdições mantêm a pena de morte como sanção legal contra relações sexuais consentidas entre pessoas do mesmo sexo", destacando ainda que "a discriminação e a exclusão devido à orientação sexual e à identidade de género persistem", num momento em que mundo assiste "a um retrocesso preocupante dos direitos das pessoas LGBTI".
A pensar nesta conjetura, o Notícias ao Minuto propôs-se a reunir algumas obras em torno dos direitos da comunidade LGBTQ+, que dão um vislumbre não só do caminho já traçado, como também daquele que ainda falta percorrer.
Confira abaixo a lista curada pelo Notícias ao Minuto:
Rapariga, Mulher, Outra, Bernardine Evaristo© D.R.
'Rapariga, Mulher, Outra' segue a vida de 12 personagens, quase todas elas mulheres, negras e resultado do legado do império colonial britânico. As suas histórias concedem-nos um mosaico multifacetado dos dias de hoje, em que uma sociedade multicultural se confronta com a herança do seu passado e luta contra as contradições do presente, repensando questões de identidade, género e classe com o pano de fundo do colonialismo, da emigração e da diáspora.
Chama-me pelo Teu Nome, André Aciman© D.R.
Em 'Chama-me pelo Teu Nome', André Aciman abre-nos a porta ao mundo da idílica Riviera italiana, onde nasce um romance entre um rapaz de 17 anos e o convidado dos pais, um estudante universitário que passará com eles umas semanas no verão. Ainda assim, nenhum dos jovens está preparado para as consequências desta atração que não conseguem suprimir, apesar de todas as proibições e perigos. Entre avanços e recuos movidos pela curiosidade, desejo e obsessão, acabam por deixar-se levar pela paixão, encontrando uma intimidade rara.
Middlesex, Jeffrey Eugenides
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Calliope Stephanides, estudante num colégio de raparigas em Gross Pointe, no Michigan, vê-se atraída por uma colega de turma, na primavera de 1974. Tanto a paixão que se desenvolve de forma secreta entre as duas, bem como o não-desenvolvimento de Callie levam-na a desconfiar que não é uma rapariga como as outras. A explicação recai sob uma mutação genética rara, e um segredo inconfessado, que perseguiu os avós de Callie. Contudo, graças ao gene, Callie é em parte rapariga, em parte rapaz.
A Cor Púrpura, Alice Walker
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Aos 14 anos, Celie escreve cartas a Deus, para tentar compreender as suas circunstâncias. A menina, que é órfã de mãe, é alvo de abusos pelo homem a quem chama 'pai', além de estar separada da irmã, Netie, privada dos dois filhos e oferecida em casamento a um homem que a maltrata. Considera-se também uma "uma negra, pobre e feia". Mas tudo muda quando conhece Sugar, a amante do marido. Com a ajuda da "mulher mais linda" que viu na vida, Celie "descobre não só o paradeiro da irmã desaparecida mas também o próprio corpo, o prazer, o amor e, acima de tudo, a sua voz".
Conversas Entre Amigos, Sally Rooney
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Estudante em Dublin e aspirante a escritora, Frances, de 21 anos, atua à noite em recitais de poesia com a sua melhor amiga, Bobbi, com quem anteriormente teve um caso amoroso. Uma entrevista com Melissa, uma conhecida jornalista, marca o início de um complexo 'ménage-à-quatre' entre a dupla de amigas e Melissa e Nick, o seu marido. No entanto, Frances e Nick adquirem uma intimidade inesperada, que leva a jovem, até então despreocupada e emocionalmente desprendida, a confrontar as suas próprias vulnerabilidades.
Problemas de Género, Judith Butler© D.R.
'Problemas de Género' chegou a Portugal 27 anos após a sua publicação original, podendo ser definido como "um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer". A obra de Judith Butler repensou o conceito de género enquanto performatividade, ou seja, como algo que se constrói e que é, em última análise, uma performance, desconstruindo conceitos do feminismo e lançando os alicerces para a teoria queer.
Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, Taylor Jenkins Reid
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"Evelyn Hugo, uma das maiores estrelas de Hollywood, agora a aproximar-se dos 80 anos, decide finalmente contar tudo sobre a sua vida recheada de glamour e de uma boa dose de escândalos". É desta forma que somos introduzidos à protagonista de 'Os Sete Maridos de Evelyn Hugo', que escolhe a desconhecida jornalista Monique Grant para escrever a sua história. Monique usa esta oportunidade para impulsionar a sua carreira, retratando o currículo da estrela de Hollywood desde a sua chegada ao mundo do espetáculo, em 1950, até à decisão de o abandonar, 30 anos depois. Pelo meio, a vida de Evelyn é "repleta de ambição desmedida, amizades improváveis e um grande amor proibido", tornando-se claro que a sua jornada está ligada à de Monique.
Orlando, Virginia Woolf
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Nesta obra, Virginia Woolf conta-nos a história de vida de Orlando, "um jovem aristocrata inglês nascido na Inglaterra isabelina do século XVI e que, devido a uma misteriosa transformação, vive mais de 300 anos sem envelhecer". Durante esse período, assume várias mudanças de identidade, incluindo uma mudança de género. 'Orlando' provoca, assim, "uma reflexão radiante e ousada acerca da feminilidade e da natureza humana".
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