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50 mil alunos descobriram o Mosteiro da Batalha em visitas encenadas

Mais de 50 mil alunos de escolas de quase todo o país participaram desde 2015 nas visitas encenadas ao Mosteiro da Batalha, no distrito de Leiria, anunciaram os serviços educativos do monumento e o grupo de teatro 'O Nariz'. 

50 mil alunos descobriram o Mosteiro da Batalha em visitas encenadas
Notícias ao Minuto

10:33 - 04/05/23 por Lusa

Cultura Batalha

A proposta orientada para o público escolar ultrapassou em abril a barreira dos 50 mil visitantes. Através das histórias dramatizadas pelo grupo de teatro nos espaços mais emblemáticos, os alunos descobrem pormenores sobre a história, a arquitetura, o património, os protagonistas da época e da construção do monumento. 

Para o diretor do Mosteiro da Batalha, as visitas são "muito importantes" pela capacidade de atrair "milhares de jovens alunos, de todo o país".

"Com estas propostas, eles e os seus professores, sentem-se mais curiosos em conhecer um monumento que é falado e estudado nos seus currículos de História", destacou à agência Lusa Joaquim Ruivo.

Atualmente, são duas as encenações do grupo 'O Nariz': "Eram só pedras quando tudo começou" e "A visita do marquês", ambas com texto de Luís Mourão, a primeira sobre os arquitetos que participaram na construção, a segunda um percurso conduzido por um notável visitante.

Nos dias úteis, dezenas de alunos descobrem o Mosteiro da Batalha através dessas interpretações de três atores de 'O Nariz'.

"Já recebemos escolas de todo o país. Até dos Açores. Só nunca tivemos da Madeira. É o que nos falta. Chegam por causa da boa divulgação que o Mosteiro da Batalha faz e da palavra que os professores passam uns aos outros", contou à Lusa Pedro Oliveira, ator que há oito anos está no elenco das visitas, sendo responsável pela encenação. 

Com a pandemia, o serviço foi interrompido, "mas agora já está ao nível de antes", chegando a haver três visitas por dia, convivendo com os restantes turistas que, curiosos, por vezes se juntam aos alunos.

Miguel Xavier, professor no Jardim-Escola João de Deus de Leiria, lembra que as suas turmas foram as primeiras a participar. "Nunca falhámos [nenhum ano letivo] e em novembro lá estaremos novamente".

Os seus alunos, com 9 e 10 anos, reforçam ao vivo os ensinamentos sobre o reinado de D. João I, a Batalha de Aljubarrota ou a importância da 2.ª dinastia. "Eles não têm bem a noção da importância do Mosteiro da Batalha. Mas com a dramatização, percebem tudo de uma forma completamente diferente, porque se ganha uma dimensão humana: percebem o tempo, as distâncias, o que se fazia nos mosteiros e símbolos registados nas pedras". 

De Cascais até à Batalha viaja há muitos anos Paulo Carvalho, professor de História do 2.º ciclo, que já levou muitas centenas de estudantes do Colégio do Amor de Deus às visitas encenadas. 

"Ficam muito admirados quando veem alguém vestido à época. Para eles é uma realidade que não é normal. Ao vivo é completamente diferente. Levam tudo muito a sério, alguns acreditam mesmo no que estão a ver", contou à Lusa.

Miguel Xavier destaca precisamente "a naturalidade com que tudo acontece": 

"Quando começa o teatro, eles mergulham dentro da história. Parece que estão a viver naquele tempo". 

O diretor do Mosteiro da Batalha reconhece a capacidade do teatro "para criar um vínculo emocional com o mosteiro":

"Um monumento como o Mosteiro da Batalha, que recebe 500 mil visitantes anualmente, tem de ter a capacidade de motivar e acolher também dezenas de milhares de jovens estudantes portugueses, em grande escala".

A marca de 50 mil jovens participantes nas encenações reflete o monumento como "um dos primeiros destinos de usufruto patrimonial para novas gerações de portugueses, por tudo o que ele representa".

"O Nariz" e os serviços educativos estão a criar de uma nova história encenada que, a partir do próximo ano letivo, procurará esclarecer perguntas mais frequentes dos visitantes.

Por exemplo, "como é que eles (os antigos) construíram isto? Como é que levavam as pedras lá para cima, tão alto? Como conseguiam esculpir estes rendilhados tão bem? Como conseguiam construir estas abóbadas?".

"São questões tão simples, mas importantes, que miúdos e graúdos constantemente nos fazem", concluiu Joaquim Ruivo.

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