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Património Cultural propõe fixação de zona de proteção em Aljezur

A Direção-Geral do Património Cultural propôs a fixação de uma Zona Especial de Proteção (ZEP) no Ribat da Arrifana, complexo arqueológico do período de ocupação muçulmana da Península Ibérica, classificado como monumento nacional, no concelho de Aljezur.

Património Cultural propõe fixação de zona de proteção em Aljezur
Notícias ao Minuto

19:03 - 23/03/23 por Lusa

Cultura Aljezur

O Diário da República publicou hoje o "projeto de decisão relativo à fixação da zona especial de proteção (ZEP) do ribat da Arrifana", no qual o diretor-geral do Património Cultural, José Carlos dos Santos, manifesta concordância com os fundamentos da proposta da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultural para fixar uma ZEP nesta antiga estrutura muçulmana, que data de cerca de 1130.

Na publicação do Diário da República, é expressa a "intenção da Direção-Geral do Património Cultural propor a Sua Excelência a Secretária de Estado da Cultura a fixação da zona especial de proteção (ZEP) do ribat da Arrifana, na Ponta da Atalaia (Vale da Telha), freguesia e concelho de Aljezur, distrito de Faro, classificado como monumento nacional (MN) pelo Decreto n.º 25/2013".

O procedimento é desencadeado ao abrigo do artigo 45.º do decreto-Lei n.º 309/2009 e prevê a realização de uma consulta pública durante um período de 30 dias úteis.

Aos interessados indica-se que "os elementos relevantes do processo [fundamentação, despacho, restrições a fixar e plantas com a delimitação da zona especial de proteção e da área de sensibilidade arqueológica (ASA) a criar] estão disponíveis nas páginas eletrónicas" da Direção-Geral do Património Cultural, da Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCA) e da Câmara Municipal de Aljezur.

"Nos termos do n.º 4 do artigo 45.º do referido decreto-lei, as observações dos interessados deverão ser apresentadas junto da DRCA, que se pronunciará num prazo de 15 dias úteis", lê-se ainda no Diário da República.

O Ribat da Arrifana foi classificado como monumento nacional em 2013 e era "um convento-fortaleza, consagrado à oração e vigilância da costa, constituído por várias estruturas", como necrópole e mesquitas com oratórios, "onde os monges-guerreiros faziam as suas orações", descreve a Câmara de Aljezur na sua página da Internet.

A mesma fonte refere que, no local, havia "dependências destinadas tanto aos monges como aos peregrinos" e "vestígios de um minarete", elementos que, no conjunto, constituem "um dos mais importantes casos de arqueologia ibérica e europeia" do período árabe.

O complexo foi "mandado edificar, cerca de 1130, pelo mestre sufi e madi Ibn Qasi, uma das principais figuras do mundo político e religioso do al-Andalus, contemporâneo de D. Afonso Henriques, com quem estabeleceu pacto contra o governador de Silves, Ibn Wazir, e os Almoadas, permitindo ao rei de Portugal a conquista de territórios entre Mondego e Tejo", destaca o município.

Além dos vestígios arqueológicos das estruturas, foram encontradas no Ribat da Arrifana "restos de cerâmica", como louça de mesa, "artefactos de bronze, como ponteiras de fusos ou de chumbo, associadas a tecelagem do linho ou da lã", ou "restos de algumas armas de ferro, como punhal, espada, lança, pontas de flecha", ainda segundo o município.

A mesma fonte salientou que, "em 1151, com a morte do seu fundador, assassinado em Silves pelos seguidores de Ibn Almúndir, que logo passou a governador da cidade, o Ribat da Arrifana foi abandonado".

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