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ARCOmadrid arranca com otimismo e "altas expetativas"

A Feira de Arte Contemporânea ARCOmadrid 2023 abriu hoje com discursos otimistas de regresso aos números pré-pandemia e "altas expectativas" em relação ao mercado partilhadas por galeristas portugueses presentes no maior evento do género da Península Ibérica.

ARCOmadrid arranca com otimismo e "altas expetativas"
Notícias ao Minuto

14:53 - 22/02/23 por Lusa

Cultura ARCOmadrid

"As expectativas são muito altas", ao contrário do que acontecia ainda "há quatro meses", em que a perspetiva de ir à ARCOmadrid deste ano era encarada "com muito medo", atendendo à possibilidade de 2023 arrancar "em crise absoluta e forte" a nível europeu e mundial, disse à agência Lusa o galerista Miguel Nabinho, da galeria de Lisboa com o mesmo nome.

"Parece que isso não se confirmou" e a galeria Miguel Nabinho acabou por levar para Madrid "o 'stand' mais forte" que alguma vez já teve na ARCOmadrid, em que participou pela primeira vez em 2002 e a que regressou há cinco anos, depois de um interregno de seis, coincidindo com a crise de 2010/2011, explicou o galerista.

Miguel Nabinho afirmou que sente o mercado, tanto português como espanhol, "em grande atividade" e que sempre se manteve ativo durante a pandemia, com a galeria de que é proprietário a ter registado um grande crescimento nos últimos três anos.

A explicação está na "viragem para o digital", com a galeria a chegar agora a públicos mais vastos do que antes dessa aposta na comunicação e vendas 'online'.

Miguel Nabinho disse que "as feiras têm sempre um lado de sorte", mas atendendo às tendências que nota no mercado acredita que esta ARCOmadrid "vai correr bastante bem".

Quem tem já certeza de que a ARCOmadrid 2023 vai correr bem "porque já está a correr bem" é Francisco Fino, da galeria com o mesmo nome.

"Após a pandemia, já se nota uma grande diferença, mesmo a nível de público, já se nota uma coisa vibrante no ar. Vemos vários colecionadores que não apareceram durante a pandemia, especialmente da América Latina. A nível de vendas também começámos a vender muito no 'preview' antes de a feira abrir, é um ótimo indício do que aí vem. Estamos bastante satisfeitos", disse o galerista à agência Lusa.

A Galeria Francisco Fino tem cinco anos e cinco presenças na ARCOmadrid, inicialmente como convidada para o espaço "Opening", dedicado a galerias novas, e nas três últimas edições já na designada "secção geral" da feira, com outro acesso a colecionadores e público em geral.

Mais história e maior protagonismo na ARCOmadrid - visível num 'stand' espaçoso num dos corredores centrais da feira, ao lado de outras grandes galerias europeias e norte-americanas - tem a Galeria Filomena Soares, que já tem 24 participações neste evento.

"As expectativas são sempre altas", disse à Lusa o diretor da galeria, Manuel Santos, que sublinhou que "estar em Madrid é estar em casa".

"O potencial de grandes colecionadores é muito alto, é muito forte, e estamos convencidos de que vai ser uma feira, como habitualmente, sempre, com muito sucesso, sem dúvida", afirmou.

A dimensão da presença da Galeria Filomena Soares na edição deste ano da ARCOmadrid é igual à de anos anteriores, embora "talvez com obras de maiores volumes financeiros, obras mais para grandes coleções e museus do que para privados", afirmou.

"Foi uma aposta, decidimos mostrar algumas obras que já não eram vistas há muitos anos", como Helena Almeida, Shirin Neshat ou Imi Knoebel, explicou Manuel Santos.

Segundo o diretor da Galeria Filomena Soares, em termos de mercado de arte contemporânea, "o ano passado foi fabuloso, muito muito bom", porque passados dois anos de pandemia, "as pessoas estavam com falta de sair e de comprar".

"Este ano, melhor do que o ano anterior vai ser impossível, mas esperamos que seja um ano muito bom", acrescentou Manuel Santos, que descartou impactos negativos relevantes relacionados com as consequências da guerra na Ucrânia.

Miguel Rios, da galeria Uma Lulik, de Lisboa, manifestou menos certezas e explicou que nunca chega a uma feira com expectativas, porque os resultados são sempre imprevistos.

Já esteve duas vezes na ARCOmadrid, na secção "Opening", coincidindo com a pandemia, e na primeira experiência teve resultados positivos, enquanto na segunda, já com menos restrições, "não correu bem".

Em 2023, a Uma Lulik estreia-se na secção geral da ARCOmadrid, com acesso a "um público mais alargado a nível de colecionadores".

"Agora veremos se neste período em que vivemos, com uma guerra, uma série de crises mundiais e mesmo com uma crise pós-pandemia, se o setor médio onde eu estou inserido tem algum retorno. Porque não estou inserido no setor muito alto da ARCO, que aí tem sempre retorno, há sempre vendas", afirmou Miguel Rios, que acrescentou que "todo o setor médio" do mundo da arte contemporânea "baixou no pós-covid e agora com a guerra".

A Feira de Arte Contemporânea ARCOmadrid decorre este ano até 26 de fevereiro e regressa a níveis de participação pré-pandemia, com 211 galerias de 36 países, incluindo 17 portuguesas.

Na 42.ª edição da ARCOmadrid são esperados cerca de 90 mil visitantes, um valor semelhante ao de 2020, a última edição sem impacto da pandemia de covid-19.

A ARCOmadrid, uma iniciativa com dupla natureza, sendo em simultâneo um espaço comercial e um espaço cultural, dedica os primeiros dois dias exclusivamente a profissionais e abre as portas ao público em geral a partir da tarde do dia 24, sexta-feira.

Leia Também: ARCOmadrid inaugurada. Natália Correia homenageada em iniciativa paralela

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