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Após venda aos nazis, quadros de Gaugin e Cézanne devolvidos a herdeiros
O Museu D'Orsay não vai recorrer da decisão que o obriga a devolver as obras à família de Ambroise Vollard.
© Reprodução
Cultura Arte
Décadas depois da morte do galerista Ambroise Vollard, os seus herdeiros conseguiram que a justiça francesa ordenasse a restituição de quatro obras de grandes autores franceses por parte do Museu D'Orsay, em Paris.
No passado dia 10 de fevereiro, depois de uma longa batalha na justiça de cerca de 10 anos, um tribunal administrativo de Paris deu razão aos herdeiros de Vollard, um dos mais importantes editores e negociantes da história da arte contemporânea do século XX, apoiando artistas como Paul Cézanne, Pablo Picasso, Vincent van Gogh, entre muitos outros.
O Museu D'Orsay, o importante museu parisiense, terá então de devolver as obras 'Marine, Guernsey' e 'O Julgamento de Páris', ambos de Pierre-Auguste Renoir; 'Natureza Morta com Bandolim', do influente Paul Gaugin; e a aguarela Sous-Bois, do já mencionado Cézanne.
O Estado francês já fez saber que não irá recorrer da decisão, depois de o ter feito em 2018, explica o site Art News.
Os herdeiros exigiram a devolução das obras em 2013, explicando que os quadros tinham sido roubados após a morte de Ambroise Vollard - que morreu num acidente de viação, em julho de 1939, deixando para trás mais de seis mil obras de arte.
Muitas obras da coleção do galerista foram vendidas aos nazis durante a ocupação na Segunda Guerra Mundial. Após a conclusão da guerra, foi iniciado um complexíssimo processo de devolução das milhares de obras roubadas (que foram sendo saqueadas a mando do ministro nazi Joseph Goebbels) e os quadros passaram para o Museu D'Orsay, que contém a maior coleção de arte impressionista do mundo.
Dez anos depois de reclamarem os quadros, e apesar das dificuldades legais em torno das condições em que estas foram vendidas (além do facto de Vollard não ser judeu), a família receberá agora as quatro peças, mas pode não ficar por aqui.
Por reclamar continuam três quadros - dois de Renoir e um de Cézanne -, que se mantêm conservadas no museu parisiense
Leia Também: Quadro de Picasso disputado por herdeiros de casal que o vendeu
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