O anúncio do projeto - que deverá acolher cerca de 10 mil obras de arte em 6.000 metros quadrados - previsto para a antiga estação ferroviária de Les Invalides, em Paris, foi feito na segunda-feira pela Fundação Giacometti.
O edifício, construído para a exposição universal de 1900, passará por uma remodelação encomendada aos arquitetos Dominique Perrault, Pierre-Antoine Gatier e ao paisagista Louis Benech.
Descrito pela própria Fundação Giacometti como "um plano ambicioso", irá reunir uma maioria de obras de arte não acessível habitualmente ao público, e com exposição permanente de algumas centenas, entre pintura, desenho, objetos decorativos e esculturas de prata e bronze.
Os arquivos, biblioteca e iconoteca da fundação também poderão ser visitados, estando prevista a criação de uma escola associada ao museu, "para oferecer uma aproximação à arte original fundada no espírito criativo" do artista.
Nascido na localidade suíça de Borgonovo, Alberto Giacometti tornou-se um dos pintores e escultores mais importantes do século XX, com um estilo influenciado pelo surrealismo e pelo cubismo, movimentos artísticos que marcaram o período entre as duas guerras mundiais.
Foi em Paris que decorreu grande parte da sua vida artística, permitindo-lhe conviver com outros artistas e intelectuais, como Miró, Picasso e Jean-Paul Sartre, filósofo que dedicou três das suas obras ao trabalho de Giacometti
Obcecado pela representação da figura humana, as suas esculturas são reconhecíveis pela deformação dramática das proporções e o alongamento das formas, uma marca que deixou em centenas de peças que se encontram nos museus mais importantes do mundo.
Em 2010, a obra em bronze "O homem que anda I", de Alberto Giacometti, bateu, na altura, o recorde mundial para uma escultura vendida em leilão pela Sotheby´s, ao atingir 74,4 milhões de euros.
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