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'Paraísos Musicais' na Casa da Música com estreia de obra de Pinho Vargas

A nova obra de António Pinho Vargas 'Oscuro' é estreada hoje pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, dirigida pelo maestro Pedro Neves, no âmbito do programa 'Paraísos Musicais', que também estreia uma nova peça de Solange Azevedo.

'Paraísos Musicais' na Casa da Música com estreia de obra de Pinho Vargas
Notícias ao Minuto

09:19 - 15/10/22 por Lusa

Cultura Casa da Música

A primeira audição das duas obras, resultantes de encomendas da Casa da Música, é enquadrada por "Paraísos Artificiais" e "Vathek", dois poemas sinfónicos de Luís de Freitas Branco, compostos no início da década de 1910, quando o compositor rondava os 20 anos, e abria a música portuguesa à modernidade que o século XX tinha então para oferecer.

"Oscuro" vem na sequência de obras orquestrais mais recentes de António Pinho Vargas, como "Sinfonia (Subjetiva)" e "Memorial", para Orquestra Sinfónica, sem esquecer os concertos para viola e para violino, num percurso de mais de 40 anos, que passa pela composição, interpretação, escrita, ensino e investigação, atravessando universos do jazz à música contemporânea.

De Solange Azevedo, jovem compositora em residência na presente temporada da Casa da Música, será estreada "Na (de)formação de um desejo".

Artista multidisciplinar, Solange Azevedo formou-se em composição na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), do Porto, escreveu obras a solo, para conjuntos de câmara e orquestra, e tem peças estreadas por formações como AntiTrio, Neue Vocalsolisten Stuttgart, Noviga Projekto e Hodiernus Ensemble. Faz parte dos membros fundadores da Plataforma do Pandemónio --- Colectivo de Criação Artística.

O programa do concerto de hoje abre com "Paraísos Artificiais", obra de 1910 de Luís de Freitas Branco, que antecede a estreia de "Oscuro".

Poema sinfónico inspirado no livro "Confissões de Um Fumador de Ópio", de Thomas De Quincey, é tido, pela musicologia, como primeira obra impressionista da música orquestral portuguesa.

A sua estreia no atual Teatro S. Luiz, em Lisboa, em março de 1913, decorreu sob contestação do público, que lhe estranhou o caráter inovador, num processo semelhante ao que, cerca de dois meses mais tarde, em Paris, viria a acontecer à "Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky.

"Vathek", obra escolhida para o encerramento do concerto de hoje, sucede à estreia da nova peça de Solange Azevedo.

Poema sinfónico em forma de tema e variações foi concluído por Freitas Branco em 1913, mas só teve a sua primeira audição integral em 1961, seis anos após a morte do compositor.

Inspirado no conto homónimo de William Beckford, "Vathek" explora os recursos orquestrais e sintetiza diferentes expressões da época, antevendo caminhos que os movimentos de vanguarda seguiriam anos mais tarde, como acontece no na 3.ª Variação, "Delícias dos olhos", e no acorde que sobrepõe os doze sons da escala cromática.

Na programação para a próxima quinzena, a Casa da Música destaca ainda, no domingo, as "Vésperas", de Rachmaninoff, pelo Coro da instituição, uma homenagem ao pianista e compositor Bernardo Sassetti, na próxima terça-feira, pelo trio composto por João Paulo Esteves da Silva, Carlos Barretto e Alexandre Frazão, e o programa "Enter the Squigg", do guitarrista Mané Fernandes.

No próximo dia 23, domingo, o Remix Ensemble e a Orquestra Jazz Matosinhos (OJM) fazem a estreia mundial de uma nova obra do compositor estónio Erki-Sven Tüür, "Mare Lacrimarum", para Big Band e Ensemble, uma encomenda conjunta da OJM, da Casa da Música e da Kölner Philarmonie, com a Câmara Municipal de Matosinhos.

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