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'Ciclo do Apocalipse' do Museu do Azulejo propostos para tesouro nacional

A Direção-Geral do Património Cultural vai propor ao Governo a classificação de cerca de duas dezenas de painéis, do Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, como "bem de interesse nacional", com "designação de 'Tesouro Nacional'", anunciou hoje aquele organismo.

'Ciclo do Apocalipse' do Museu do Azulejo propostos para tesouro nacional
Notícias ao Minuto

11:49 - 08/08/22 por Lusa

Cultura Painéis

A classificação envolve os painéis de quatro conjuntos, nomeadamente 'Ciclo do Apocalipse', 'Baptismo de Cristo', 'Musas', além dos que compõem a série do claustro superior da Sé do Porto, mais o painel 'Atena ou Minerva', todos inventariados pelo Museu Nacional do Azulejo (MNAz), e integrados na sua coleção.

As propostas de classificação são fundamentadas em pareceres 'da Secção de Museus, da Conservação e Restauro e do Património Imaterial do Conselho Nacional de Cultura', emitidos no passado dia 19 de maio, e serão enviadas à secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, para que os processos se concluam, como indica o anúncio da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), hoje publicado em Diário da República.

O processo de classificação destes conjuntos de painéis, como "bens de interesse nacional", teve início em maio do ano passado, com o objetivo de preservar o seu "valor cultural de significado" para o país.

São abrangidos pela classificação os seis painéis de representação de "Musas' ('Melpómene', 'Polímnia', 'Euterpe', 'Tália', 'Érato', 'Clio'), a que se junta o fragmento do 'Parnaso'.

De igual modo, estão também abrangidos pelo processo 'Atena ou Minerva' e os painéis relativos ao 'Batismo de Cristo' e 'Cura do Cego', além do ciclo correspondente ao claustro superior da Sé do Porto, composto por 'Medalhão com Proserpina e Ascálafo em Paisagem com Caçadas' e 'Fonte e Peregrinos'.

O 'Ciclo do Apocalipse: Visão dos Sete Candelabros e das Sete Estrelas', "cuja proteção e valorização representam valor cultural de significado" para o país, como se lia no diploma de abertura do processo, envolve os painéis 'Visão dos Quatro Vinténs', 'Abertura dos Quatro Selos: Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse', 'Abertura do Quinto Selo: As Almas dos Mártires Diante do Altar', 'Abertura do Sexto Selo: A Queda das Estrelas', 'A Mulher da Babilónia', 'A Nova Jerusalém', 'A Segunda Árvore da Vida', 'A Queda da Babilónia' e 'Triunfo de Cristo'.

O processo de classificação decorre nos termos da Lei do Património Cultural, que visa a proteção e preservação dos bens em causa, estando os elementos disponíveis na página eletrónica da DGPC, na Internet, e na Divisão do Património Imóvel, Móvel e Imaterial, deste organismo, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, segundo o anúncio hoje publicado, com data de 28 de junho.

O MNAz, instalado no antigo convento da Madre de Deus, em Lisboa, tem por missão recolher, conservar, estudar e divulgar exemplares representativos da evolução da cerâmica e do azulejo em Portugal, desde a chamada azulejaria arcaica do século XV até à atualidade, com um trabalho permanente de inventariação, investigação, classificação, conservação e restauro.

Entre os principais exemplares do museu estão os painéis do 'Retábulo de Nossa Senhora da Vida', de Marçal de Matos, 'A Lição de Dança', de Willem von der Kloet, os 'Episódios da 'Metamorfose' de Ovídio', de Gabriel de Barco, 'Fuga para o Egipto', atribuído a Policarpo de Oliveira Bernardes, a 'Deusa Diana', resgatado de um prédio da rua das Olarias, em Lisboa, e o grande painel 'Alexandre combatendo os persas', de produção portuguesa, do século XVIII.

'A História do Chapeleiro António Joaquim Carneiro', conjunto de painéis narrativos produzidos na viragem do século XVIII para os primeiros anos de 1800, é outro caso da coleção do MNAz, que guarda igualmente exemplos da azulejaria do Romantismo, do século XIX, e do Modernismo, com obras de Rafael Bordalo Pinheiro, Alfredo Pinto, Jorge Colaço, Paolo Ferreira, Jorge Barradas, sem esquecer a produção portuguesa e o contexto europeu da época.

A contemporaneidade de Maria Keil, Hein Semke, João Abel Manta, Manuel Cargaleiro e Querubim Lapa, que se estende a criadores como Eduardo Nery, Lourdes Castro, Bela Silva e Fernanda Fragateiro, está também representada na coleção.

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