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"Fãs tem o Justin Bieber, eu tenho pessoas que lêem os meus livros"

Numa altura em que celebra 10 anos como escritor e em que lança a sua mais recente obra ('Biografia Involuntária dos Amantes'), João Tordo concede uma extensa entrevista ao Jornal i, abordando um conjunto de temas, que vão desde os seus fracassos literários, às obsessões do momento, passando até à sua relação com os seus fãs.

"Fãs tem o Justin Bieber, eu tenho pessoas que lêem os meus livros"
Notícias ao Minuto

13:11 - 07/04/14 por Notícias Ao Minuto

Cultura João Tordo

'Biografia Involuntária dos Amantes' é esta segunda-feira o ponto de partida para uma entrevista com João Tordo. O escritor, que celebra agora 10 anos de carreira, revela que este é o seu melhor trabalho, mas também o que levou mais tempo e diz-se satisfeito com o resultado final.

“É o livro que mais tempo me levou a escrever. Normalmente sou compulsivo e instintivo e escrevo num curto espaço de tempo, por exemplo, 'O Ano Sabático' foi escrito em três meses - e é um livro do qual eu gosto porque tenho outros publicados de que não gosto tanto. Há um que não gosto nada até, mas não vou dizer qual”, refere o escritor vencedor, em 2009, do Prémio José Saramago, relativamente à sua mais recente obra.

Quanto à sua relação com os seus fãs, Tordo revela-se bastante reservado e assegura que tenta não ser reconhecido. “Fãs é uma palavra estranha, fãs tem o Justin Bieber, que vão para os concertos berrar. Eu tenho pessoas que lêem os meus livros. Tento passar o mais discreto possível porque sou tímido e um tipo bastante destrambelhado, às vezes não é fácil o contacto social”, revela o escritor.

"Ultimamente ando obcecado com faróis. Vi um documentário no outro dia de um homem que viveu 50 anos num farol e não sei porquê aquilo disse-me alguma coisa. Se calhar no próximo livro tenho um personagem que vive num farol. São coisas que me vão acontecendo e não tenho grande mão nisso", sobre a sua mais recente inspiração e aquele que poderá ser o ponto de partida para um novo trabalho.

Contudo, de entre as várias facetas de um escritor, há sempre um ponto em que a maioria é unânime: as obras que nunca saem do papel. João Tordo não escapa ao cliché e afirma que entre as “borradas” que vão saindo, há algumas que tem a certeza que nunca sairão da gaveta.

“Tenho vários esboços de romances e dois completos que nunca publiquei. Não tenho dúvida nenhuma de que nunca os irei publicar, mas servem como sinal de aviso. Penso: já tentei fazer aquilo e não funcionou. É guardar um testemunho desse fracasso. São muito mais as ideias que tenho do que aquelas que escrevo, são muito mais as histórias que podia contar do que aquelas que conto”, refere o autor português relativamente aos inúmeros trabalhos que correm “menos bem”.

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