Lavoisier apresentam "uma espécie de cosmos" sem sítio nem propriedade
'Ai', o novo álbum do duo Lavoisier, chama outros músicos e faz a transição para o formato de banda num disco que se situa novamente "nesta não-propriedade, num não-sítio, uma espécie de cosmos".
Cultura Álbum
O quarto longa duração desta dupla surge depois de um interlúdio que imergiu na obra poética de Miguel Torga, em 'Viagem a um Reino Maravilhoso', de 2019, mas é, na verdade, 'uma sequela' de 'É Teu', lançado em 2017.
"No 'É Teu' proclamávamos a não-propriedade das coisas. Agora, situamo-nos outra vez nesta não-propriedade, num não-sítio, uma espécie de cosmos", explicou à Lusa Roberto Afonso, metade dos Lavoisier.
Chamaram amigos para um sítio "utópico no Gerês", que os levou numa "evolução natural, com novos instrumentos, com novos arranjos".
Entre eles estão o músico e ativista angolano Vum Vum Kamusasadi, o contrabaixista Carlos Bica, as Cantadeiras de São João do Campo, no Gerês, e as palavras da artista brasileira Ava Rocha.
"Há essa evolução natural de nos libertarmos de sermos só nós os dois", acrescentou Patrícia Relvas.
Para Roberto Afonso, "claramente foi um casamento feliz o conceito do álbum com o que acabou por acontecer a seguir".
"Pudemos experimentar, pela primeira vez, propostas vindas de fora, que não tivessem vindo de nós os dois", concretizou.
Os músicos que convidaram são pessoas que a dupla foi "encontrando ao longo de dez anos de trabalho de Lavoisier", explicou Patrícia Relvas.
'Aí' está disponível em formato digital e em CD a partir de hoje e terá também uma edição em vinil.
Uma semana depois, no dia 29, é apresentado no Teatro da Trindade, em Lisboa, com "20 pessoas em palco".
Os dois músicos vão, com este trabalho, fazer concertos "em formato banda" e "tentar fazer mais arranjos ao vivo".
Depois de quase uma década a trabalhar em formato duo, "é um desafio interessante" alargar o grupo e estão "muito contentes por poder ir para a estrada a trabalhar com outros músicos", garantem.
Ainda assim, admitem que o "álbum é difícil de apresentar ao vivo na sua plenitude, porque nunca foi pensado no formato banda".
"Abusámos da liberdade de estarmos fechados", brincou Roberto Afonso.
Patrícia Relvas e Roberto Afonso estudaram nas Caldas da Rainha e começaram a explorar a sua música em Berlim.
Têm quatro álbuns editados: 'Projecto 675' (2014), 'É Teu' (2017), 'Viagem a um Reino Maravilhoso' e o recém-nascido 'Aí' (2022).
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