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Música com um pé numa tasca obscura e outro... em tudo o resto

Os Dead Combo voltam a abrir as portas do seu ‘teatro’ musical para uma história sobre 'meninos' que fogem de bandidos que querem assaltar a cidade. Este é o mote de ‘Bunch of Meninos’, o quinto álbum da dupla. O guitarrista Tó Trips falou com o Notícias ao Minuto sobre o novo disco, e sobre o passado e o futuro da banda que leva sempre Portugal nos acordes.

Música com um pé numa tasca obscura e outro... em tudo o resto
Notícias ao Minuto

22:52 - 26/03/14 por Anabela de Sousa Dantas

Cultura Dead Combo

Quando Tó Trips pediu boleia a Pedro Gonçalves depois de um concerto, em 2003, estava longe de imaginar duas coisas: que Pedro não tinha carta de condução e que da caminhada surgiriam os Dead Combo, a decadente dupla, ora do jazz, ora do rock, com um pé numa tasca obscura do Bairro Alto e outro em tudo o resto.

A ‘Bunch of Meninos’ é o quinto álbum de estúdio da banda e afirmação plena da identidade dos Dead Combo, a exaltação do imaginário artístico de “dois gajos” cuja “única ambição era fazer música de que gostassem, não terem muitas chatices e tocarem em pequenos sítios”, lembra Tó Trips ao Notícias ao Minuto.

Quem conhece a dupla sabe que um concerto é uma história contada em várias faixas, não por palavras mas em acordes e, em ‘Bunch of Meninos’, “a história tem a ver com os dias de hoje, são os dois personagens a fugir de uns bandidos, dos que assaltaram a cidade”. “Pequenas histórias de ficção” mas “com um pezinho na realidade”, acrescenta.

Nasceram em 2004, com os acordes saídos de um ‘western spaghetti’ dos anos 70 a pedir atenção em ‘Electrica Cadente’, mas foi em 2012 que se fechou com chave de ouro um ciclo de trabalhos consistentes quando o programa de Anthony Bourdain os levou ao Top da ‘world music’ do iTunes, nos Estados Unidos, abrindo as portas do mercado internacional.

“Hoje em dia acho que sabemos bem aquilo que queremos, depois de 10 anos de experiência a tocar em todo o lado, acho que é uma banda mais consolidada, criamos uma identidade, uma coisa muito própria”, explica o ‘gato pingado’, acrescentando que, em termos criativos, continuam com aquilo a que se propuseram na génese da banda.

“Mesmo que tenhamos legados de músicas do mundo são sempre reciclados por dois gajos daqui”, esclarece o ‘cangalheiro’ reafirmando a ideia de que a cultura portuguesa é uma inspiração e um estandarte.

Quando questionado sobre o futuro da música em Portugal, Tó diz que “hoje as coisas estão melhores”.

“Nos anos 90 tocavam melhor dos que nos anos 80 mas eram tudo bandas muito formatadas pelas bandas lá de fora, quase cópias. Hoje em dia eu até acho que a malta nova tem a sua própria identidade, como os Linda Martini, como os Paus”, indica.

“Expandir a música” de Dead Combo pelo mundo está na mira da dupla, admitindo que, mesmo sendo “um bocado ovni” no mercado artístico (não tem uma formação convencional, com vocalista, e tocam apenas instrumental), são “pessoas abençoadas porque as pessoas acabam por gostar da nossa música”.

O futuro, esse, pertence à editora e às pessoas que os acompanham porque, da parte do duo, o público pode esperar o trabalho de quem defende que o importante é “acreditar naquilo que gosta de fazer-se, continuar a fazer a música que se quer fazer e ser-se honesto” consigo mesmo.

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