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O cinema de Susan Sontag, Oscar Micheaux e Bogdanovich na Cinemateca

A "quase desconhecida" faceta da escritora Susan Sontag no cinema, a obra de Peter Bogdanovich, que morreu em janeiro, e a de Oscar Micheaux, pioneiro do cinema afro-americano, compõem em março a programação da Cinemateca, em Lisboa.

O cinema de Susan Sontag, Oscar Micheaux e Bogdanovich na Cinemateca
Notícias ao Minuto

14:43 - 24/02/22 por Lusa

Cultura Cinema

Março começará com três filmes, dos anos de 1920 e 1930, do realizador Oscar Micheaux, filho de escravos emancipados, que se tornou num dos pioneiros do cinema afro-americanos: são eles "Murder in Harlem" (1935), "Body and soul" (1925) e "Within our gates" (1920).

As sessões destes três filmes serão apresentadas em Lisboa por Richard Peña, especialista na obra de Micheaux, professor da Universidade de Columbia, ex-programador do Festival de Cinema de Nova Iorque, do Film Center do Art Institute de Chicago e da Film Society do Lincoln Center, nos Estados Unidos.

A Cinemateca Portuguesa considera que Oscar Micheaux, realizador e romancista que morreu em 1951, é "um nome maior" da história do cinema afro-americano que está ainda por contar e que mistura "entretenimento, folclore, análise social e as restrições do cinema de baixíssimo orçamento".

O terceiro romance de Oscar Micheaux, intitulado "The Homesteader", de 1917, "teve os direitos de adaptação ao cinema comprados por uma companhia de produção negra. Mas tendo fracassado, foi o próprio Micheaux quem resolveu fazer o filme em 1919. Foi o começo de uma carreira que se prolongou até 1948", refere a Cinemateca.

Na próxima semana começará também um ciclo, com cerca de vinte filmes, para dar a conhecer "a quase desconhecida obra cinematográfica da célebre escritora e filósofa norte-americana Susan Sontag", que morreu em 2004.

"Os diários, publicados postumamente, vieram confirmar o amor de Sontag pelo cinema e a influência que ele teve na sua escrita. Chegou a escrever no seu diário, em jeito de lembrete: 'Pensar o romance em termos cinematográficos: 'close up', plano médio, plano geral'", lê-se na programação.

Entre os filmes escolhidos estão "Dueto para canibais", primeira longa-metragem de 1969, produzida na Suécia, e o documentário "Terras prometidas" (1974), aos quais se juntam algumas das suas preferências cinéfilas, como "O ano das treze luas", de Rainer Werner Fassbinder, e "Scenário du film 'Passion'", de Jean-Luc Godard.

Em março, a Cinemateca Portuguesa irá ainda homenagear o realizador norte-americano Peter Bogdanovich, com quem estava planeada para este ano uma nova retrospetiva integral da obra em Lisboa, mas o cineasta morreu em janeiro passado.

"A Cinemateca despede-se dele com profunda emoção, reexibindo alguns dos seus filmes mais celebrados", nomeadamente "A última sessão" (1971) e "Romance em Nova Iorque" (1981).

Da programação destaque ainda para dois ciclos, um dedicado ao ator norte-americano Sidney Poitier, "ícone antirracista" que também morreu em janeiro, e outro sobre o realizador francês Jean-Daniel Pollet, "um dos autores mais originais e livres da sua geração", da Nova Vaga Francesa.

De Pollet serão exibidos "L'amour c'est gai, l'amour c'est triste" (1968), com Claude Melki, protagonista de vários filmes, e "Jour après jour" (2006), obra póstuma de Jean-Daniel Pollet concluída por Jean-Paul Fargier, biógrafo do cineasta.

Em março, a Cinemateca juntar-se-á à programação do Festival de Animação de Lisboa - Monstra e fará a antestreia de "Casa Flutuante", longa-metragem de José Nascimento.

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