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Jornalista José Milhazes lança livro sobre História da Rússia

O historiador e jornalista José Milhazes considera que em Portugal ainda existe grande desconhecimento sobre acontecimentos históricos russos, muitas vezes determinantes para a Europa, procurando dar-lhe resposta com um livro sobre a história da Rússia.

Jornalista José Milhazes lança livro sobre História da Rússia
Notícias ao Minuto

12:42 - 02/02/22 por Lusa

Cultura José Milhazes

O livro 'A Mais Breve História da Rússia - dos eslavos a Putin', que chega às livrarias durante a primeira quinzena de fevereiro, é uma síntese histórica que se prolonga desde a origem dos povos eslavos até à Federação da Rússia (1991), passando pelos vários aspetos do Império e do poder dos sovietes no século XX.    

"Lancei-me neste trabalho para que o maior número de pessoas tenha a possibilidade de conhecer a História deste país que é determinante para os destinos da Europa - e a Rússia é um país europeu - e para se entender as tomadas de posição dos dirigentes russos", disse à agência Lusa José Milhazes.

"Não escrevi este livro para as pessoas que já sabem tudo, escrevi este livro para as pessoas que querem saber mais sobre a Rússia. Não se trata de uma obra académica, está escrito numa linguagem acessível, mas é uma obra histórica porque lanço os factos sobre a História do país", explicou o autor.

Para José Milhazes, em Portugal ainda há poucas obras escritas sobre determinados aspetos da História da Rússia, verificando-se "uma grande falta de literatura" em relação à História do país e até de outros Estados "que saíram" da União Soviética.

No livro, o autor destaca nomeadamente a formação histórica dos impérios comparando o crescimento territorial russo com outras situações a nível global.

"Há aspetos muito importantes na História da Rússia como por exemplo a forma do alargamento territorial. No meu livro tento fazer uma comparação com os Descobrimentos Portugueses onde há um alargamento diferente porque os portugueses usaram barcos para alcançarem territórios 'além-mar' e os russos alargaram-se a territórios adjacentes o que torna diferente a formação dos impérios", destacou José Milhazes.

O historiador e jornalista, que viveu mais de três décadas na Rússia, sublinha que os grandes problemas atuais da Moscovo são os "separatismos" - dedicando a parte final da obra à questão da Chechénia e da Geórgia - e as complicadas questões relacionadas com os graves problemas económicos.   

"A Rússia não se modernizou como muitos outros países e os separatismos podem acontecer caso o poder central enfraqueça", referiu José Milhazes, que termina o livro analisando os aspetos históricos da crise ucraniana que se agrava desde 2014.

"Não sabemos qual vai ser o desenvolvimento da situação da Ucrânia, assim como as implicações em termos externos e internos se houver uma guerra", disse.

José Milhazes explicou que "o país que hoje existe chamado Ucrânia" teve sempre uma importância vital para o Império russo e para a União Soviética porque está situado num corredor de passagem para a Europa.

O território da atual Ucrânia nunca foi dominado na totalidade por um só país, a não ser na época soviética, porque, escreve Milhazes, no Império russo algumas partes eram dominadas pela Polónia e outras pelo Império Austro-Húngaro. 

"Não se pode falar de uma permanência constante da Rússia na Ucrânia nas suas fronteiras atuais", diz Milhazes, que nota que para Moscovo a História pode ser muitas vezes modificada para ser "determinante". 

"Os russos têm um ditado muito curioso, dizem que a História da Rússia é muito imprevisível porque os dirigentes russos quando chegam ao poder tentam fazer a revisão dos acontecimentos, cada um à sua maneira. Isso era muito frequente na União Soviética e ainda hoje porque usam a História para justificar as atitudes que adotam. É uma marca dos regimes totalitários", concluiu José Milhazes.

O livro 'A Mais Breve História da Rússia - dos eslavos a Putin' (Publicações D. Quixote, 299 páginas) inclui fotografias, mapas e cronologias e vai ser apresentado no dia 3 de março, em Lisboa, por Ângelo Correia, empresário e antigo dirigente do PSD, e por Pavel Elizarov, refugiado político russo em Portugal. 

Leia Também: Tensão no Leste. Suécia aumenta ajuda à Ucrânia em 5 milhões de dólares

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