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Catálogo 'raisonné' do pintor Manuel Amado lançado quarta-feira em Lisboa

O catálogo 'raisonné' do pintor Manuel Amado (1938-2019), que reúne todas as obras do artista, vai ser lançado na quarta-feira, em Lisboa, resultado de um projeto da Fundação Calouste Gulbenkian para disponibilizar 'online' o repositório integral do autor.

Catálogo 'raisonné' do pintor Manuel Amado lançado quarta-feira em Lisboa
Notícias ao Minuto

14:49 - 18/01/22 por Lusa

Cultura Pintura

No âmbito deste projeto, da responsabilidade de Rui Ribeiro, o catálogo ´raisonné´ ficará disponível para consulta ´online´, acolhendo, além da totalidade das obras, também textos de vários autores sobre a pintura de Manuel Amado, entrevistas, a lista das exposições que realizou, e uma biografia.

Em junho de 2020, foi organizada uma exposição dedicada a Manuel Amado, um ano após a sua morte, no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, em Lisboa, para homenagear o artista, intitulada "Manuel Amado - Pintura sem Álibi", com curadoria de Mariana Pinto dos Santos.

Essa mostra de homenagem apresentava um total de 37 obras, algumas delas inéditas, provenientes de coleções particulares, a maioria pertencente à coleção da Fundação Millennium BCP.

Arquiteto de formação, Manuel Amado manteve sempre atividade de pintor em paralelo, e acabou por se dedicar inteiramente à pintura a partir da segunda metade da década de 1980.

Nas suas obras, onde é muito rara a presença humana, recriou espaços de interiores geométricos e de exteriores naturais, com paisagens verdejantes e praias.

Nessa exposição foram apresentadas algumas das séries que cobrem a grande maioria dos seus temas de pintura, como a série "Comboios, Estações e Apeadeiros" (1986), o núcleo central da exposição, trabalhos das séries "Casa sobre o Mar" (1992), a "Grande Cheia" (1996), "Lisboa" (iniciada em 1983), "Encenações" (iniciada em 2007) ou "O espetáculo vai começar..." (2004-2007).

Foram ainda expostas obras de temas que revisitou várias vezes, como a "Estrada da Comenda, a Praia, as Casas e os seus Cantos", ou as naturezas-mortas a que chamou "Grupos" ou " Pequenos Encontros".

Autor de "Quarto Interior", que faz parte da Coleção Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, e do tríptico da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, Manuel Amado fez o curso do liceu no Colégio Moderno, período durante o qual se dedicou ao teatro. Iniciou-se na pintura em 1956, e concluiu arquitetura em 1965.

Em 1975, participou pela primeira vez numa exposição coletiva, na Sociedade Nacional de Belas Artes, a que se sucedeu uma outra, na antiga Galeria Ottolini, em Lisboa, organizada por Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas.

Em 1978, a convite de Cruzeiro Seixas, fez a sua primeira exposição individual, a que se seguiu nova mostra em nome próprio, no início da década de 1980, na Galeria São Mamede, em Lisboa, e, depois, na Cooperativa Árvore, no Porto.

Desde então, expôs com regularidade em Portugal e no estrangeiro, destacando-se a presença no Museu Smithsonian, em Washington, na ARCOmadrid, na Galeria Anne Berthoud, em Londres, na Mouvances, em Paris, na China Art Gallery, em Pequim, na Fundação Telefónica, em Madrid, que acolheu a sua primeira retrospetiva, em 1994, e na Fundação Calouste Gulbenkian, na capital francesa, onde levou "A Grande Cheia", em 2001.

Executou diversos cenários em colaboração com diferentes grupos de teatro, entre os quais o Teatro Universitário de Lisboa, o Teatro da Malaposta e o Grupo 4/Teatro Aberto.

Manteve uma regular colaboração com a Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, a partir da década de 1990.

A sua obra está representada em diversas coleções públicas e privadas, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação das Descobertas (Centro Cultural de Belém), a Fundação Millennium BCP, a Fundação Oriente, a Fundação EDP, a Fundação Portugal Telecom, a Fundação Cupertino de Miranda, a Casa Museu Fernando Pessoa, a Fundação Berardo e, no estrangeiro, na Fundação Jacqueline Vodoz e Bruno Danese, em Itália, ou a Fundação António Perez Museu de Arte Contemporânea, em Espanha.

Em maio de 2016, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, acolheu a sua exposição "O Verão era assim como uma casa de morar onde todas as coisas estão...", uma das mais importantes na carreira mais recente do artista, retrospetiva com curadoria da própria pintora Paula Rego, em conjunto com a coordenadora da Casa das Histórias, Catarina Alfaro.

A sessão de apresentação do catálogo ´raisonné´ de Manuel Amado decorre na quarta-feira, a partir das 17:30, na Fundação Calouste Gulbenkian, com a presença de Guilherme d'Oliveira Martins, administrador da entidade, Mariana Pinto dos Santos, historiadora de arte e curadora independente, Rui Ribeiro e Teresa Amado, viúva do artista.

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