Poetisa Ana Luísa Amaral diz que poesia equilibra as pessoas e as coisas

A poetisa portuguesa Ana Luísa Amaral recebeu hoje, das mãos da rainha Sofia, o prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, tendo afirmado que a poesia é uma ponte que "equilibra as pessoas e as coisas".

poetisa portuguesa Ana Luísa Amaral

© Global Imagens

Lusa
05/11/2021 00:03 ‧ 05/11/2021 por Lusa

Cultura

Ana Luísa Amaral

 

Na ocasião, o reitor da Universidade de Salamanca, Ricardo Rivero, agradeceu a Ana Luísa Amaral pela sua obra, capaz de "iluminar" um lugar histórico como Auditório desta instituição académica (onde a cerimónia decorreu) com 800 anos e no qual a autora portuguesa, falando num espanhol irrepreensível, mostrou a sua satisfação por ser a terceira portuguesa a receber o galardão.

Rivero deixou ainda palavras de agradecimento à "república irmã de Portugal" e congratulou-se com o facto de nesta altura, depois da pandemia, "já estarem abertas as pontes e estradas que ligam os dois países".

Na sua intervenção, Ana Luísa Amaral recordou o seu passado, evocando o tempo que passou num colégio de freiras espanholas em Portugal, que a ensinaram a comer "churros e empanadilhas de atum com tomate".

Ana Luísa Amaral defendeu o papel da poesia como "pontes que equilibram as coisas e as pessoas", como a fusão "entre o passado e o presente com o futuro" e como "o veículo dos tempos que não existem, e onde é possível imaginar um futuro melhor".

Com a sua obra ligada a alertas sociais e sobre o papel da mulher, Ana Amaral falou de um "mundo de sentidos" em que o ser humano "tem direito a ter uma vida decente e uma morte digna".

Neste contexto alertou para "as novas ditaduras" que podem revelar-se depois da pandemia, em que se "acentuou o fosso entre ricos e pobres", considerando "urgente" a necessidade de "questionar", porque "questionar é contrário de submissão".

A presidente do Património Nacional, Ana de la Cueva, referiu que com este prémio se homenageiam as "letras ibero-americanas" num ano de "enorme significado", já que se assinala o 30 .º aniversário do Prémio e se inicia a "recuperação gradual da normalidade", depois de um período pandémico em que ficou demonstrado que "a cultura é essencial".

Considerando Ana Amaral como a autora que definiu a poesia como "o antídoto da barbárie e do ódio", a presidente do Património Nacional elogiou a obra da poetisa por "dar voz às mulheres, aos oprimidos, aos refugiados".

Durante a cerimónia foram recordados vencedores deste Prémio Ibero-americano de Poesia recentemente falecidos, como Caballero Bonald, Francisco Brines, Ernesto Cardenal ou Joan Margarit.

Leia Também: O Ultramar visto pela lente do amor, da dor e de "trivialidades" em carta

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas