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'Neiti Aika' e 'My dad´s video diary' vencem Melhor Longa e Curta

Os filmes "Neiti Aika/Lady Time", de Elina Talvensaari, e "My dad´s video diary", de Debora Bottino, venceram nas categorias de Melhor Longa e Curta-Metragem, respetivamente, a 10.ª edição do Family Film Project, foi hoje anunciado.

'Neiti Aika' e 'My dad´s video diary' vencem Melhor Longa e Curta
Notícias ao Minuto

17:44 - 17/10/21 por Lusa

Cultura Filmes

No certame, que terminou no sábado, no Porto, o júri atribuiu ainda Menções Honrosas na categoria de Longa-Metragem a "De los nombres de las cabras/On the name of the goats", de Miguel G. Morales e Silvia Navarro, e, na categoria de Curta-Metragem, ao trabalho "Lui e io", de Giulia Consentino.

O júri do certame era composto por Ana Estévez Lavandeira (diretora da MICE - Mostra Internacional de Cinema Etnográfico do Museu do Pobo Galego), pela realizadora e artista Tânia Dinis, e pelo programador e autor Tiago Bartolomeu Costa.

"Surpreendeu-nos o modo como, através da reconstrução da cultura e da memória material, o filme especula ficções e emoções para criar uma narrativa sobre o que nos faz anónimos e esquecíveis", sustentou o júri sobre a atribuição do prémio de Melhor Longa-metragem à realizadora finlandesa Elina Talvensaari.

A "protagonista, que teve um nome e história mas poderia continuar a existir sem ser lembrada, é resgatada de um esquecimento coletivo, sendo-lhe devolvida uma biografia através de uma investigação minuciosa, quase de análise romanesca que, pela força do cinema, ganha contornos maiores, nomeadamente, por poder carregar nesse desaparecimento, do qual o cinema a salva, a nossa própria memória e existência", acrescentou o júri.

Já sobre a atribuição do prémio de Melhor Curta-Metragem à realizadora e argumentista a viver no Reino Unido Debora Bottino, pela obra "My dad´s video diary", o júri referiu que o filme "trabalha a ideia de desaparecimento da memória, e do reconhecimento do afeto, através do uso de imagens também elas em risco de desaparecimento, por força do obsoletismo da tecnologia.".

"Na importância de se guardar a memória, a física e a emocional, o filme confronta-nos com a ética da representação - para quem, sobre o quê e como -- sem nunca perder o foco nas relações de intimidade que a mediação visual e a relação filial estabelecem", considerou.

A Menção Honrosa à longa-metragem "De los nombres de las Cabras", do realizador espanhol Miguel G. Morales e da socióloga e artista visual sua conterrânea Silvia Navarro, foi atribuída "pelo trabalho de montagem e desenho de som, a partir do rico material etnográfico do antropológico Luis Diego Cuscoy e de como, à maneira de uma investigação arqueológica, o cinema lança um olhar crítico sobre os processos de elaboração dos relatos históricos", referiu o júri.

"O dinamismo impresso pela montagem, na gestão que faz do material de arquivo, sublinha a importância de revermos o nosso lugar de pertença à luz da herança coletiva. Dialogando com o texto de Natalia Ginzburg e, segundo nós, apoiando-se nas reflexão da Laura Mulvey 'Prazer Visual e Cinema Narrativo', reescreve a definição do ideário familiar enquanto instituição para o reforço da identidade nacionalista no século XX italiano", é referido, por outro lado, sobre a Menção Honrosa à curta-metragem "Lui e io".

A 10.ª edição do Family Film Project -- Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Memória e Etnografia, que começou no dia 12 e terminou no sábado, contou com uma seleção de filmes e uma 'masterclass' do realizador sueco Ruben Östlund e com um cine-concerto de Rui Reininho.

A concurso pelos prémios de Melhor Curta-Metragem e Melhor Longa-Metragem estiveram obras 20 obras de vários países, nas secções "Memória e Arquivo", "Vidas e Lugares" e "Ficção".

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