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Museu do Azulejo exibe contributo de mulheres artistas na cerâmica

Uma exposição que visa investigar e divulgar o "quase desconhecido" contributo das mulheres artistas portuguesas para o desenvolvimento da arte cerâmica nos últimos 70 anos vai inaugurar em dezembro, no Museu Nacional do Azulejo (MNAz), em Lisboa.

Museu do Azulejo exibe contributo de mulheres artistas na cerâmica
Notícias ao Minuto

11:35 - 16/10/21 por Lusa

Cultura Lisboa

"Territórios desconhecidos: a criatividade das Mulheres na cerâmica moderna e contemporânea portuguesa (1950-2020)" dará título a esta exposição que resulta de um projeto para divulgar o trabalho de artistas como Maria Keil, Vieira da Silva, Estrela Faria, Maria Emília Araújo, Joana Vasconcelos e Rita e Catarina Almada Negreiros, entre outras.

A exposição irá reunir peças do museu e de coleções públicas e privadas, desde azulejos a peças tridimensionais, concebidas e/ou executadas por mulheres que se destacaram neste domínio desde o pós-guerra à atualidade.

Contará ainda com a presença de obras de Clotilde Fava, Maria Ana Vasco Costa, Rita João, Teresa Cortez, Felipa Almeida, Cândida Wiggan, Fernanda Fragateiro, Bela Silva, Sónia Sapinho, Ânia Gabriel Abrantes e Graça Morais, entre outras artistas que trabalham a azulejaria e a cerâmica.

A obra desenvolvida por mulheres "encontra-se na sombra de mestres e companheiros masculinos que com elas colaboraram ou é, simplesmente, relegada para plano secundário", e "mesmo atualmente, ainda que numa escala menor, assiste-se a uma valorização de projetos concebidos por artistas masculinos, não obstante a crescente influência e reconhecimento dos trabalhos efetuados por mulheres", indica um texto sobre o enquadramento da exposição, enviado pelo museu à agência Lusa.

Acresce que a bibliografia acerca dos temas relacionados com a azulejaria portuguesa e a produção de objetos cerâmicos "enumera um número reduzido de protagonistas femininas", aponta ainda o texto do museu dirigido por Alexandre Silva Pais.

O objetivo desta exposição e da equipa reunida pelo museu para este projeto, é alterar esta situação, "dando visibilidade e protagonismo a uma herança desvalorizada e esquecida, mas que se sabe ser importante, de qualidade e insuspeitamente vasta", sublinha a nota do MNAz.

A equipa de investigação tem como comissária Helena Souto, investigadora do Instituto de Arte Design e Empresa, que dirigiu, recentemente, a vertente portuguesa de um grande projeto sobre as mulheres e o design em Portugal, o "MoMoWo: Women's creativity since the Modern Movement",

Integra ainda um grupo de especialistas nas áreas que pretendem abordar, nomeadamente Sandra Leandro, Emília Ferreira, João Paulo Martins e Pedro Ferreira (Faculdade de Arquitetura de Lisboa), Rita Gomes Ferrão (Universidade Nova) e Inês Leitão (Faculdade de Letras).

Os trabalhos que serão divulgados no catálogo, a publicar no âmbito desta exposição serão desenvolvidos por Helena Souto "Pioneiras ceramistas" e "As mulheres designers na Cerâmica e no Vidro nas décadas de 1950-1970"; Rita Ferrão, "Uma perspetiva geral do trabalho feminino na cerâmica"; João Paulo/Pedro Ferreira, "A integração do azulejo no feminino na arquitetura portuguesa até aos anos 1990"; Inês Leitão, "A integração do azulejo no feminino na arquitetura da Expo98 até à atualidade"; Sandra Leandro, "As questões de ordem estética determinantes até aos anos 1970"; Emília Ferreira/Ana Vasconcelos, "As questões de ordem estética determinantes da Expo98 até a atualidade", com estes dois últimos a citar algumas protagonistas dos períodos em causa.

O projeto estava inserido na Presidência do Conselho da União Europeia, no âmbito de um dos seus vetores principais, a "Valorização da Mulher Artista, Igualdade de Género", para decorrer no verão, mas devido ao contexto da pandemia, acabou por ser adiado 14 de dezembro de 2021.

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