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"Dá-me gosto espremer vida em fragmentos que ainda por cima posso cantar"

O Notícias ao Minuto esteve à conversa com Pedro de Tróia, no âmbito no lançamento do seu segundo disco de originais a solo.

"Dá-me gosto espremer vida em fragmentos que ainda por cima posso cantar"
Notícias ao Minuto

09:05 - 14/10/21 por Natacha Nunes Costa

Cultura Pedro de Tróia

Pedro de Tróia lança o seu segundo disco de originais a solo esta sexta-feira, dia 15 de outubro. Para antecipar a data, o Notícias ao Minuto esteve à conversa com o músico que é já considerado uma figura ímpar do panorama musical português.

O artista, frontman de uma das bandas mais carismáticas da pop portuguesa, 'Os Capitães da Areia', estreou-se a solo, em 2020, com 'Depois Logo Se Vê'. Contudo, o disco acabou por ser um pouco abafado pela pandemia da Covid-19, que rebentou cerca de uma semana antes do concerto de apresentação.

‘Tinha de Ser Assim’ surge agora como uma escada que lhe dá acesso à carreira que, tal como revelou ao Notícias ao Minuto, Pedro de Tróia quer construir.

A 11 de novembro, o músico sobe ao palco do Capitólio para apresentar o álbum ao vivo. Além de estar acompanhado por João Eleutério, Rita Laranjeira, Silas Ferreira e Tomás Branco, o concerto vai contar com a participação especial de Rui Reininho, dos GNR, numa noite que Pedro de Tróia promete "estar à altura" das expectativas dos fãs.

O seu primeiro álbum em nome próprio, ‘Depois Logo se Vê’, foi um pouco abafado pela pandemia da Covid-19, que rebentou cerca de uma semana antes do concerto de apresentação. ‘Tinha de Ser Assim’ surge como uma resposta a este primeiro tremido lançamento?

Não, de todo. Em maior ou menor escala, não há quem não tenha sido afetado pela pandemia. Contudo, da mesma forma que foi importante que cada um de nós soubesse aceitar essa realidade, foi igualmente importante conseguir reagir positivamente, para o mal não ser maior. Nesse sentido, foi todo um processo de reaprendizagem e de re-hierarquização de valores. O 'Tinha de Ser Assim' surgiu porque quero construir uma carreira e tenho pela frente muitos degraus para subir.

Entre o lançamento do primeiro álbum a solo e deste decorreu apenas um ano e meio. Já tinha algumas das canções ou o confinamento foi fértil em inspiração?

Um período em que nos vemos privados de tanto, acaba por ser uma fonte de tempo. Os dias ficaram maiores e isso permitiu-me organizar as ideias antigas e fazer uma triagem do que seria revelante agora, mais à frente ou cujo prazo de validade já pudesse ter expirado. Dessa arrumação aproveitei algumas ideias para este disco, mas, assim que o Tiago Brito alinhou em ser o produtor, também acabei por escrever canções novas em cima de bases instrumentais criadas por ele.

‘Tinha de Ser Assim’ o quê?

A resposta à pergunta.

O que podemos encontrar neste disco?

Uma escrita que acontece sempre à minha frente, sem planos, mas que, por sua vez, se torna numa síntese de longas histórias. Dá-me gosto espremer vida em fragmentos, que ainda por cima posso cantar. Quando escutei o disco pela primeira vez, depois de estar finalizado, apercebi-me de que estava perante um manual de sobrevivência, de quem procura paz.

O que distingue este disco do anterior?

Tenho alguma dificuldade em ver de fora o meu trabalho, por isso aquilo que tenho propriedade para afirmar é que este disco resulta de um processo criativo muito diferente do primeiro. Não houve muitas canções a ficar de fora. Eram estas. Tinham de ser estas. Não houve ensaios em banda, pois foi tudo produzido e desenvolvido instrumentalmente pelo Tiago Brito. Não houve longos dias de gravação. Foi tudo de rajada. Não houve muita discussão a nível estético. Foi um método de trabalho pragmático, criado, gravado e misturado em tempo recorde. Fomos diretos ao assunto, confiando cegamente no instinto.

Como foi gravar com o Rui Reininho? Como se conheceram?

Enviei um e-mail ao Rui, no qual partilhei a minha história, um sonho e a maquete da 'Carrossel'. Felizmente fez-lhe tanto sentido quanto a mim e encontrámo-nos no estúdio do João Moreira, no Porto, para gravar a voz. Foi um momento em que tive a sensação de estar a viver um capítulo surrealista, porque desde criança que sonhava merecer cantar com o Rui e só agora me senti preparado. O seu coração é de ótima matéria-prima e a gravação decorreu com imensa tranquilidade e generosidade. Regressei a Lisboa incrédulo. Muito feliz. Não poderia ter corrido melhor.

O que é feito dos Capitães da Areia?

Rosebud.

O que o levou a lançar-se a solo?

A urgência de existir artisticamente, por ser imperativo criar para me conhecer, através daquilo que vou edificando, seja qual for a dimensão.

O que é que os fãs podem esperar do concerto no Capitólio, em Lisboa, a 11 de novembro?

Um palco com quatro músicos de imenso talento, um convidado muito especial chamado Rui Reininho, um excelente técnico de som, um brilhante técnico de iluminação, boas cadeiras para todos, canções em língua portuguesa, um espetáculo adequado a todas as idades, e eu, que farei por estar à altura.

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