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Associação de museologia diz que verba "não chega para as necessidades"

A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) considerou hoje que a proposta de Orçamento do Estado (OE) apresentada pelo Governo para 2022 "tem dados positivos, mas não chega para as necessidades do setor" da cultura.

Associação de museologia diz que verba "não chega para as necessidades"
Notícias ao Minuto

18:15 - 12/10/21 por Lusa

Cultura OE2022

Contactado pela agência Lusa sobre a proposta de OE entregue pelo Governo na segunda-feira à noite, na Assembleia da República, o presidente da APOM, João Neto, avaliou que "o orçamento continua a não ser suficiente para alavancar o futuro dos museus e monumentos do país".

"O futuro de museus, palácios e monumentos não passa só por obras, mas também por mais recursos humanos e mais formação, e não apenas a da área digital", opinou o presidente da APOM.

Para o responsável, "o aspeto positivo é haver algum aumento de verba, sobretudo de fundos europeus", para o setor, mas considerou-o "insuficiente", continuando a cultura "a ter um orçamento do Estado que não corresponde às necessidades".

"Este dinheiro a mais tem mérito, mas vem do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] europeu", vincou.

De acordo com a proposta de OE para 2022, na área respeitante ao património cultural, está prevista a reabilitação e dinamização do património cultural e modernização dos museus, monumentos e palácios, nomeadamente a execução do Programa de Investimentos para o Património Cultural 2022-2026, "em especial no que diz respeito às prioridades de investimento sobre os monumentos, museus, teatros e palácios nacionais cuja requalificação consta do PRR, estando previsto para 2022 um valor de investimento de 16 milhões de euros".

O Governo indica ainda, no documento, que irá dar continuidade à realização de atividades culturais e artísticas no âmbito da programação Cultural em Rede, "fomentando o cruzamento de públicos através de programação diversificada (artes performativas, música, artes visuais) nos museus, monumentos e palácios".

Está ainda previsto o desenvolvimento da Estratégia Nacional de Promoção da Acessibilidade e da Inclusão dos Museus, em resultado dos trabalhos realizados pelas entidades das áreas governativas da cultura e da solidariedade social, a concretização do Programa Ciência no Património Cultural, e a aplicação do plano estratégico de atuação no âmbito da arqueologia.

Outro objetivo previsto na proposta governamental é lançar a plataforma de acompanhamento dos planos de salvaguarda do património cultural imaterial português reconhecido pela UNESCO, que terá como objetivos principais, entre outros, "o estabelecimento de uma estratégia coordenada para a salvaguarda deste património e a partilha de boas práticas".

De acordo com o quadro da despesa consolidada por programas orçamentais, publicado com a proposta de lei do Orçamento do Estado, a despesa total prevista da Administração Central para o próximo ano ascende a 154,642 mil milhões de euros, o que situa o orçamento do Ministério da Cultura, para os cerca de 20 organismos tutelados, sem RTP, em 0,25% do valor global.

Esta margem sobe a 0,41% considerando a despesa total consolidada de 644 milhões de euros para a Cultura, com os cerca de 254 milhões da comunicação social, na maioria destinados à RTP.

Em função da despesa efetiva (excluída de encargos com ativos e passivos financeiros), que o Governo situa em 79,406 mil milhões de euros, os 390 milhões de euros representam 0,49%.

Ainda segundo o quadro da despesa consolidada por programas orçamentais, a despesa prevista na área da Cultura é a terceira mais baixa, depois da destinada à Representação Externa (524,4 milhões) e ao Ministério do Mar (174,8 milhões).

O Governo entregou na segunda-feira à noite, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE22), que prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.

O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.

Leia Também: Mais de uma centena de obras de Joakim Eskildsen em exposição em Lisboa

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