Museu da Língua Portuguesa reabre com presença de Marcelo Rebelo de Sousa
O Museu da Língua Portuguesa, localizado na cidade brasileira de São Paulo, reabriu hoje numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República Marcelo Rebelo, várias autoridades e a interpretação dos hinos do Brasil e de Portugal.
© Carla Carniel/Reuters
Cultura Museu da Língua Portuguesa
Num evento mais restrito, sem público, em que a maioria dos jornalistas não se pode aproximar das autoridades devido à pandemia de covid-19, a reinauguração do museu também contou com a participação do Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, dos ex-presidentes brasileiros Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, do governador do Estado de São Paulo, João Dória e do presidente da câmara municipal de São Paulo, Ricardo Nunes.
Na abertura, a cantora brasileira Fafá de Belém interpretou 'a cappella' os hinos do Brasil e de Portugal, para celebrar a língua portuguesa falada oficialmente nestas duas nações e também em Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guine Equatorial e Timor-Leste.
No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que seis anos volvidos após o incêndio que destruiu parte do prédio da Estação da Luz todos estavam ali "para não esquecer as cinzas do passado, mas a partir delas construir hoje o futuro".
O presidente da câmara municipal de São Paulo afirmou ser uma alegria enorme a reabertura do espaço cultural.
"A cidade de São Paulo é a cidade que tem o maior número de pessoas no mundo que falam a língua portuguesa (...) é uma cidade que apoia a todos. Estamos muitos felizes, um grande dia para vocês e para a cultura", destacou Ricardo Nunes.
O governador de São Paulo, João Dória, destacou o investimento de 85 milhões de reais (13,7 milhões de euros à cotação atual) para a reconstrução do espaço e que foi doado por um grupo de empresas parceiras, incluindo a EDP Brasil.
"O museu está localizado na Estação da Luz e que tem a luz da nossa língua, a luz de um sonho, a luz que nos promove, a luz que nos protege", afirmou o governador de São Paulo.
Dória também fez uma crítica velada ao Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, seu possível rival nas presidenciais de 2022 que foi convidado a participar do evento, mas não compareceu.
"Há duas semanas o vocabulário ortográfico da língua portuguesa incorporou mil novas entradas, temos agora 382 mil vocábulos. Entre as novas palavras estão alguns erros e problemas do presente, como a palavra metacronismo ou pós-verdade", frisou Doria.
"Para elas, a língua portuguesa tem os seus antídotos, suas vacinas, palavras que estão aí há tempos [como] ciência, vidas, fatos, transparência, trabalho e eu citaria, com muita ênfase, democracia", acrescentou.
O Presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca, expressou a sua felicidade por estar presente na reinauguração de um museu "da língua portuguesa que une a todos, uma língua que desde as suas origens em terras portuguesas cresceu, desceu para o sul, chegou a África, a América Latina e a Ásia".
Instalado na histórica Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa foi reconstruído após um incêndio de dezembro de 2015.
Um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma no mundo, o espaço promove um mergulho na história e na diversidade do idioma através de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.
A reconstrução do Museu teve como patrocinador principal a EDP Brasil, seguida da Globo, do Itaú Unibanco e da companhia Sabesp, apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal brasileiro, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A responsável pela gestão do Museu de Língua Portuguesa é a organização social IDBrasil Cultura, Educação e Esporte.
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