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APOM considera lastimável exoneração de Bernardo Alabaça

O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, considerou hoje "lastimável" a demissão do diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, anunciada pelo Ministério da Cultura, comentando que se tratou de uma decisão "totalmente política".

APOM considera lastimável exoneração de Bernardo Alabaça
Notícias ao Minuto

16:58 - 25/06/21 por Lusa

Cultura Património Cultural

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, exonerou hoje o diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, por considerar que a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) está "inoperacional", justificou fonte oficial do gabinete à agência Lusa.

O gestor Bernardo Alabaça tinha sido uma escolha da própria ministra da Cultura, em fevereiro de 2020, que, "tendo avaliado o desempenho do diretor-geral do Património Cultural nos últimos meses, considera [agora] pertinente e necessária a sua imediata substituição", indicou a mesma fonte.

Contactado pela Lusa, sobre o anúncio do afastamento do cargo, João Neto reagiu: "Esta decisão revela um total descontrolo da tutela da cultura em termos estratégicos. É uma decisão totalmente política", disse.

"A ministra da Cultura [Graça Fonseca] apresenta argumentos que já eram conhecidos desde o início. A falta de dinheiro foi sempre o problema, e a tutela tem conhecimento disso", considerou ainda o presidente da APOM.

João Neto lembrou que "este já é o segundo diretor-geral do património Cultural exonerado [depois da arquiteta Paula Silva] e os problemas continuam a ser exatamente os mesmos".

"O colapso dos museus tem uma responsabilidade política e técnica que deve ser assumida pela tutela", reiterou.

O Ministério da Cultura anunciou que a exoneração do cargo terá "efeitos imediatos", e Bernardo Alabaça será substituído interinamente pelo arquiteto João Carlos Santos, até agora sub-diretor da DGPC, que assumirá as funções "até terminar o concurso da CRESAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública], que se encontra a decorrer", com as candidaturas já fechadas.

O gestor Bernardo Alabaça tinha sido uma escolha da própria ministra da Cultura, em fevereiro de 2020, que, "tendo avaliado o desempenho do diretor-geral do Património Cultural nos últimos meses, considera [agora] pertinente e necessária a sua imediata substituição", indicou a mesma fonte à Lusa.

Bernardo Alabaça foi anunciado oficialmente pelo Ministério da Cultura a 13 de fevereiro de 2020, como novo diretor-geral do Património Cultural, substituindo no cargo a arquiteta Paula Araújo da Silva, e iniciou funções, com uma nova equipa, a 24 de fevereiro.

Com um currículo com 20 anos de experiência de gestão, maioritariamente de património público, tinha sido anteriormente diretor-geral de Infraestruturas do Ministério da Defesa Nacional e subdiretor-geral do Tesouro e Finanças do Ministério das Finanças.

Há uma semana, o presidente da APOM apelou à ação do Ministério das Finanças quanto aos "gravíssimos problemas" nos museus nacionais de todo o país, pela "falta de recursos humanos e [necessidade de] obras urgentes" nos edifícios.

Na altura, disse que "o problema continua a ser a falta de recursos humanos e financeiros, que poderá ser colmatada com o Plano de Recuperação e Resiliência [PRR], mas é necessária uma intervenção urgente nos próximos dois a três meses, para resolver os problemas mais graves", acrescentando que a iniciativa "passa por uma decisão política".

"Tem de haver uma consciencialização do Ministério da Finanças para os gravíssimos problemas de falta de recursos humanos e de obras nos museus nacionais, e tem de haver uma profunda compreensão que o património móvel e imóvel do país está em perigo", urgiu o responsável da APOM.

João Neto fez um apelo para que aquela pasta do Governo "esteja muito atenta e atue" nos casos mais urgentes, "não apenas nos museus, mas também em palácios e monumentos" nacionais do país.

Nos casos carência de recursos humanos, um dos museus que já anunciou o encerramento de salas no percurso expositivo por falta de vigilantes foi o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

Leia Também: Alabaça sem condições para resolver "problemas complicadíssimos" do setor

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