A pistola, manufaturada no Louvre, em França, no ano de 1727, foi uma oferta do Rei Luís XV de França ao soberano português, e vai à praça no dia 26, na segunda sessão do leilão.
A pistola, com as armas reais de Portugal, é um dos 564 lotes que compõem o catálogo do leilão de antiguidades, obras de arte, pratas e joias, que se realiza em Lisboa, na Veritas, nos próximos dias 25 e 26.
A pistola de cano em ferro facetado junto à culatra, com embutidos a ouro e monograma estilizado de Le Hollandois, armeiro exclusivo da Casa Real francesa, foi oferecida ao monarca português depois do fogo que, em 1736, destruiu a Tenência, oficinas da Fundição de Baixo, em Lisboa, ao Campo de Santa Clara, que produzia armamento.
Esta pistola, que, segundo a leiloeira, irá "atrair a atenção de colecionadores e curiosos da História e Cultura Militar em Portugal", tem fecho lateral de pederneira com gravados vegetalistas e mascarões em relevo, sendo o fundo dourado.
Segundo a descrição da leiloeira, a arma que foi de D. João V, tem uma coronha em madeira com entalhados vegetalistas, concheados e flores de Liz, guarnições em prata profusamente gravada e dourada com motivos vegetalistas, mascarões e troféus de armas, vareta em madeira com sacaprojéteis na parte posterior.
Nesta segunda sessão, entre outras peças, vai a leilão uma bilha de farmácia em porcelana da China, decorada com pássaros e figuras em canoas, com base de licitação entre os 90.000 e os 120.000 euros. Sem bico nem pega, acrescentados posteriormente em prata, segundo a leiloeira, "esta bilha é um dos primeiros exemplares deste tipo, que foram produzidos para o mercado europeu", e tem a inscrição "Syrupus de Rhodium" ("xarope de pau-santo"). A data desta bilha situa-se entre 1650 e 1660, sendo do denominado período Shunzhi.
Outro destaque desta sessão é um atlante, uma "invulgar escultura barroca representando uma figura antropomórfica com cauda de peixe, envolta em panejamentos", em madeira policromada de fabrico português, do século XVIII, que vai a leilão com uma base de licitação entre os 18.000 e os 22.000 euros.
Outro lote destacado pela Veritas é uma par de urnas em estilo Luis XVI que vai à praça com uma base de licitação entre os 12.000 e os 16.000 euros. As urnas de 80 centímetros de altura são em mármore e bronze dourado, decoradas com "putis" e grinaldas, uma produção francesa do século XIX.
Um outro destaque é um prato em porcelana da Companhia das Índias, com decoração a sépia, representando uma cena mitológica grega, Aquiles, a ser mergulhado no rio Styx pela sua mãe, Thetis.
Este prato, com um diâmetro de 23 cm, pertence ao período Qianlong (1735-1795) e tem uma base de licitação entre os 8.000 e os 15.000 euros.
O leilão inclui peças de mobiliário, entre as quais uma "cama à polonaise Luís XV", de meados do século XVIII, que vai à praça com uma licitação entre os 8.500 e os 15.000 euros.
A cama é em madeira dourada e entalhada com motivos florais e folhas de acanto, encimada por dossel assente em quatro suportes metálicos curvos, escondidos por cortinas. A cabeceira e pés são estofados com tecido de motivos florais posterior, e utilizado também na colcha e almofada.