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Artista José de Guimarães inaugura instalações inéditas em Lisboa

O artista plástico José de Guimarães vai revelar um conjunto de instalações inéditas e peças de arte africana da coleção pessoal, na exposição 'Dioramas', que é inaugurada na sexta-feira, na Ermida Nossa Senhora da Conceição, em Lisboa.

Artista José de Guimarães inaugura instalações inéditas em Lisboa
Notícias ao Minuto

12:22 - 24/11/20 por Lusa

Cultura Arte Plástica

A mostra, no âmbito da programação do Projecto Travessa da Ermida, em Belém, abrirá em simultâneo com a intervenção 'A Failed Enterteinment #4 -Aa', de Mattia Denisse, na porta do n.º 11 da Travessa do Marta Pinto, na qual o artista utiliza pela primeira vez a fotogravura.

Sobre a exposição 'Diorama', de José de Guimarães, a investigadora e curadora Marta Jecu escreve, num texto divulgado pelo Projeto, que o princípio do diorama adotado por este artista "é uma provocação de lugares-comuns transportados e reforçados pela disciplina da museologia".

O diorama é um modo de apresentação artística tridimensional, muito realista, de cenas da vida real, cujo conceito foi inventado por Louis Daguerre, no século XIX, ao criar um tipo de apresentação destas cenas em forma rotativa, com os "antes e depois" de um acontecimento.

Cenas à luz do dia mudavam para cenas noturnas, um veículo a circular que tinha um acidente, ou os efeitos de um terremoto eram exibidos nestas situações "antes e depois", ilustradoras de movimento e mudança.

"O que José de Guimarães chama de dioramas não são apenas 'proto-museus', mas antes 'anti-museus'. Nas suas instalações somos recebidos por um ponto de (des)junção de vários paradigmas museológicos. Podemos pensar nestas instalações como um exemplo tardio do modelo museológico renascentista de gabinete de curiosidades, na medida em que (...) cria o seu universo cumulativo pessoal", comenta a curadora sobre as peças do artista nascido em 1939.

De acordo com "escolhas subjetivas que resultam de um impulso de saber, essas coleções advêm das suas próprias viagens e esforços científicos. Ao mesmo tempo, essas instalações que são construídas em caixas de transporte internacional funcionam como museus portáteis: o 'objeto de conhecimento' pessoal e heteróclita que se destina a circular no perímetro de um mundo moderno cada vez mais em expansão e em rápida transformação", descreve ainda Marta Jecu.

A intervenção 'A Failed Entertainment #4 -- Aa', de Mattia Denisse, corresponde ao quarto momento expositivo do projeto curatorial 'A Failed Entertainment', desenvolvido por Ana Anacleto para o programa "De Porta a Porta da Ermida".

Uma imagem policromada, construída através de sucessivas camadas, dando seguimento a uma série de desenhos desenvolvidos ao longo do ano de 2020, que têm como denominador comum a utilização de páginas de uma velha enciclopédia, como fundo, foi usada nesta intervenção de Denisse, artista plástico nascido em França, em 1967, e residente em Portugal desde 1999, onde tem vindo a apresentar uma obra sobretudo de pintura, desenho e instalação.

"Num universo idiossincrático, extremamente entrecruzado, poliédrico, alimentado de referências às ciências naturais, à filosofia, à mitologia, à ilustração, à antropologia, à história da arte, à literatura, e a tudo o que sobra para lá destas, Mattia Denisse constrói pequenas estórias onde a fantasia, a imaginação e as perceções pessoais têm um papel determinante. Cada imagem, cada diagrama, cada desenho parece assumir-se como uma possível porta de entrada para esse universo", descreve a curadora Ana Anacleto sobre a intervenção.

Ambas as exposições - que concluem a programação deste ano do projeto Travessa da Ermida -- são de entrada livre e vão estar patentes até 09 de janeiro de 2021.

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