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Prémio Camões para Vítor Aguiar e Silva é "justa homenagem"

O grupo Almedina considerou a atribuição do Prémio Camões a Vítor Aguiar e Silva "uma justa homenagem pelo seu contributo ímpar na excelência da Língua Portuguesa", lembrando que publicou a sua mais recente obra, ensaios sobre literatura.

Prémio Camões para Vítor Aguiar e Silva é "justa homenagem"
Notícias ao Minuto

13:21 - 28/10/20 por Lusa

Cultura Almedina

O professor e ensaísta Vítor Manuel de Aguiar e Silva, de 81 anos, foi distinguido na terça-feira com o Prémio Camões 2020, em reconhecimento pela "importância transversal da sua obra ensaística, e o seu papel ativo relativamente às questões da política da língua portuguesa e ao cânone das literaturas de língua portuguesa", segundo a justificação do júri.

"No âmbito da teoria literária, a sua obra reconfigurou a fisionomia dos estudos literários em todos os países de língua portuguesa", acrescentou, sublinhando que a sua "Teoria da Literatura", alvo de sucessivas reformulações, é o exemplo de "um pensamento sistematizador que continuamente se revisita".

O júri destacou ainda o "importante contributo" dos seus estudos sobre Camões.

Autor de vasta obra ensaística, o antigo professor catedrático da Universidade de Coimbra e da Universidade do Minho tem alguns dos seus livro editados pela Almedina, como é o caso do mais recente, "Colheita de Inverno", publicado em julho, uma obra que "procura conhecer e explicar as formas e os sentidos que, desde há quase trinta séculos, constituem a literatura", diz a editora.

"A metáfora sazonal que configura o título da obra tem duas explicações: uma, de natureza biográfica -- o autor escolheu o título quando se deu conta de que em breve ia perfazer oitenta anos de idade --, e outra, de natureza cultural -- há múltiplos sinais de que a literatura, a teoria e a crítica literárias têm sofrido, desde o último quartel do século XX, uma crise que se pode simbolizar na metáfora do Inverno: inclemência do clima, chuva e vento adversos, frio e névoa".

Vítor Aguiar e Silva tem-se insurgido sempre contra o novo acordo ortográfico -- que se recusa a adotar -, que considera ter "desfigurado" a língua portuguesa.

"O novo acordo ortográfico tem normas que necessitam urgentemente de uma revisão. A sua aplicação resulta numa língua desfigurada nas suas raízes latinas e românicas", considera o académico, explicando que é por "prezar muito" a língua portuguesa que continua a escrever segundo o acordo ortográfico de 1945.

Nascido em 1939, Vítor Aguiar e Silva, consagrou a sua atividade ao ensino e investigação, à teoria da literatura, aos estudos camonianos e à literatura portuguesa do Maneirismo, do Barroco e do Modernismo.

As suas obras têm sido distinguidas com os mais variados prémios: a Universidade de Lisboa e a Universidade dos Açores concederam-lhe o título de doutor 'honoris causa'; é académico de mérito da Academia das Ciências de Lisboa; a Universidade de Évora atribuiu-lhe o Prémio Vergílio Ferreira de 2002; Associação Portuguesa de Escritores concedeu-lhe o Prémio Vida Literária, em 2007; a Universidade de Santiago de Compostela atribuiu-lhe a sua Insignia de Oro, em 2012; em 2018 recebeu o prémio Vasco Graça Moura -- Cidadania Cultural.

Entre as suas obras mais relevantes, contam-se "Colheita de Inverno", "As Humanidades, os Estudos Culturais, o Ensino da Literatura e a Política da Língua Portuguesa", "Rimas de Luís de Camões", "Competência Linguística e Competência Literária" e "Teoria da Literatura"(editados pela Almedina), "A Lira Dourada e a Tuba Canora", bem como "Camões: Labirintos e Fascínios" (ambos pela Cotovia), "Dicionário de Luís de Camões" (Editorial Caminho) e "Jorge de Sena e Camões" (Angelus Novus).

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