Vítor Aguiar e Silva, o Prémio Camões que não adota o novo acordo

O Prémio Camões 2020, Vítor Manuel de Aguiar e Silva, disse hoje à Lusa que se recusa a escrever segundo o novo acordo ortográfico, por considerar que resultou numa "língua desfigurada".

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Lusa
27/10/2020 21:20 ‧ 27/10/2020 por Lusa

Cultura

Prémio Camões

 

"news_bold">"O novo acordo ortográfico tem normas que necessitam urgentemente de uma revisão. A sua aplicação resulta numa língua desfigurada nas suas raízes latinas e românicas", referiu.

Por isso, e por "prezar muito" a língua portuguesa, Vítor Aguiar e Silva continua a escrever segundo o acordo ortográfico de 1945.

"Ainda agora lancei um livro com quase 600 páginas, com o título 'Colheita de Inverno', e não vê lá uma palavra que seja escrita segundo o novo acordo", sublinhou.

Vítor Aguiar e Silva foi um dos signatários da Petição em Defesa da Língua Portuguesa, Contra o Acordo Ortográfico, que desde 02 de maio de 2008 recolheu mais de 128 mil assinaturas.

Professor e ensaísta, com 81 anos, Vítor Manuel de Aguiar e Silva é o vencedor do Prémio Camões 2020.

"Soube do prémio pela ministra da Cultura, que me ligou perto das 19:15 a dar a novidade. Fiquei tão emocionado que ainda agora não sei bem explicar o que senti", referiu.

Na sua opinião, a atribuição do prémio foi o "coroamento de toda uma vida" de docência e investigação nos domínios da língua e literatura portuguesa e dos estudos camonianos".

Ensaísta e professor universitário, Vítor Manuel de Aguiar e Silva nasceu em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, em 1939.

Na Universidade de Coimbra, obteve todos os seus graus e títulos académicos e foi professor catedrático da Faculdade de Letras até 1989, ano em que pediu transferência para a Universidade do Minho.

Nesta universidade, foi professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica.

Desempenhou também as funções de vice-reitor, de junho de 1990 a julho de 2002, altura em que se aposentou.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objetivo de distinguir um autor "cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum".

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2019 o prémio distinguiu o músico e escritor brasileiro Chico Buarque, autor de "Leite Derramado" e "Budapeste", entre outras obras.

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